Pesquisadores israelenses podem ter encontrado a cura para Covid-19

Pacientes foram tratados com imunoterapia; médico explica que não se trata da cura da covid, mas de adjuvante nas formas graves (SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO - 8.12.2020)

Com informações do R7

Pesquisadores do Hospital Ichilov, em Tel Aviv, Israel, anunciaram que obtiveram resultados positivos em testes preliminares em um tratamento contra a Covid-19, segundo publicado no jornal israelense Ynet News. De acordo com a publicação, o medicamento EXO-CD2 se demonstrou eficaz em 95% dos pacientes em estado grave. 

“Dos 30 pacientes que receberam o medicamento, 29 apresentaram uma melhora acentuada em dois dias e tiveram alta hospitalar três a cinco dias depois”, diz o periódico. Após os resultados, os pesquisadores disseram que pretendem ampliar o estudo.

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O professor Nadir Arber, do Centro Integrado de Prevenção do Câncer do hospital, afirmou ao jornal que o teste foi realizado em pacientes com Covid-19 grave e moderada, com administração do remédio uma vez ao dia, durante cinco dias. De acordo com o pesquisador, trata-se de um medicamento barato e eficaz.

O jornal ressalta que se trata de um tratamento similar ao anunciado pelo Hadassah Medical Center, em Jerusalém, Israel, em outubro do ano passado. Neste estudo, 21 pacientes foram submetidos à terapia do medicamento Allocetra, de acordo com informações do Hadassah.

Entre eles, 19 se recuperaram em seis dias e tiveram alta hospitalar depois de oito dias, apresentando posteriormente teste negativo da doença.

O tratamento realizado pelo Hospital Ichilov e pelo Hadassah Medical Center para a covid-19 é a imunoterapia, já utilizada para o câncer. Na imunoterapia, os medicamentos estimulam os mecanismos de regulação natural do sistema imunológico para evitar a chamada “tempestade de citocina”, uma resposta exacerbada da defesa do organismo desencadeada pela Ccovid-19.

“Os remédios restauram o equilíbrio imunológico sem suprimir o sistema imune”, esclarece o Hadassah Medical Center. O pediatra infectologista Renato Kfouri, primeiro-secretário da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) explica que se trata de um teste preliminar da fase 1 – os estudos clínicos têm três fases.

“É preciso cuidado. Parece que os resultados são muito animadores, mas nas fases seguintes, de eficácia, podem demonstrar que não funcionou. Poucos pacientes receberam a medicação, que é como se faz em estudo da fase 1 e, aparentemente, tiveram melhora”, afirma. “É animador, mas não é a cura da covid-19. É simplesmente um adjuvante nas formas graves da doença”, acrescenta.

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