Petrobras contrariou ONS e desligou usina de Três Lagoas por risco ‘catastrófico’

Refinaria da Petrobras (André Motta de Souza/Agência Petrobras)
Com informações do UOL

RIO DE JANEIRO – Documentos trocados entre a Petrobras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) mostram que a estatal desligou uma usina alegando risco de “falha catastrófica”, apesar da decisão do ONS de manter a usina em funcionamento. As informações foram divulgadas pelo jornal “Estado de S. Paulo”.

Segundo a publicação, no primeiro fim de semana de setembro, entre os dias 3 e 5, a Petrobras comunicou ao ONS que precisaria paralisar as operações de sua usina térmica de Três Lagoas (MS) porque tinha de fazer uma manutenção importante na estrutura.

Ao enviar a programação para o órgão, o ONS negou o pedido e declarou que “em função do cenário energético, com cargas elevadas e alto despacho térmico”, tinha que manter a “máxima disponibilidade de unidades geradoras” . A recomendação era de que a paralisação deveria ser realizada no feriado, entre 5 e 7 de setembro.

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Em comunicados obtidos pelo jornal, a Petrobras alega que precisa realizar a paralisação por “recomendações do fabricante (dos equipamentos da usina) e da equipe de engenharia e, ainda, frente ao risco de falha catastrófica desta turbina”.

O ONS é quem determina o que será gerado em cada uma das usinas em operação no Brasil e, devido ao nível baixo das hidrelétricas, o órgão tem exigido que usinas de geração térmica – a gás, diesel, biomassa e carvão – funcionem na capacidade máxima, o que pode sobrecarregar o sistema.

Ao jornal, a Petrobras afirmou que “solicitações de adiamento, postergação ou aprovação de paradas fazem parte da rotina operacional de relacionamento com o Operador Nacional do Sistema Elétrico”.

Já o ONS informou, em nota, que “como uma das ações para o enfrentamento da escassez hídrica solicitou, em julho deste ano, a todas as usinas geradoras que adiassem suas manutenções a fim de aumentar a disponibilidade de geração”. Segundo o órgão, “cabe ao agente avaliar a viabilidade técnica e operacional de acatar a solicitação ou não”

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