Petrobras reajusta gasolina pela primeira vez após pandemia; aumento é de 12%

O repasse do reajuste ao consumidor depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras. Foto: Divulgação

Nicola Pamplona / Folhapress

Após uma sequência de cortes, a Petrobras aumentará em 12% o preço da gasolina em duas refinarias a partir desta quinta, 07. É o primeiro reajuste positivo desde o início da pandemia do novo coronavírus, que derrubou as vendas de combustíveis e as cotações do petróleo no mundo.

Após o reajuste, o litro da gasolina será vendido pelas refinarias da estatal, em média, a R$ 1,02, voltando ao patamar acima de R$ 1 pela primeira vez em mais de três semanas. Com 11 cortes antes do reajuste desta quinta, o preço do produto ainda acumula queda de 50% no ano.

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O repasse do reajuste ao consumidor depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras. Segundo a Petrobras, o valor de venda da gasolina em suas refinarias equivale a 18% do preço final do produto -o restante é composto por impostos e margens de distribuidores e revendedores.

O preço do diesel ficará inalterado. Acompanhando a queda das cotações internacionais do petróleo após o início da pandemia, a Petrobras já reduziu em 38% o valor de venda do combustível em suas refinarias em 2020.

O anúncio de aumento do preço da gasolina ocorre após leve recuperação da cotação internacional do petróleo Brent, referência mundial de preços negociada em Londres, que chegou nesta semana a bater a casa dos US$ 30 (R$ 170) por barril pela primeira vez depois de um mês.

No mercado americano, que vem sendo fortemente afetado pelo excesso global de petróleo, a gasolina também interrompeu a sequência de quedas das últimas semanas. Segundo a EIA (agência de estatísticas do Departamento de Energia dos EUA), o preço ao consumidor subiu 1% na semana passada.

A taxa de câmbio, outro elemento usado pela Petrobras para definir os preços dos combustíveis, também variou para cima nos últimos dias. Na quarta (5), o dólar fechou em R$ 5,59.

Segundo dados do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras estava vendendo gasolina no país com defasagem em relação ao mercado internacional. Na semana passada, o preço interno estava 4,9% abaixo do praticado no Golfo do México, nos Estados Unidos.

A estatal vem tendo dificuldades para desovar seus estoques de gasolina e chegou a consultar distribuidoras de combustíveis sobre a disponibilidade de tanques de armazenagem para receber produtos temporariamente.

Além disso, vem realizando leilões de produtos com desconto para liberar espaço nos tanques próprios, refinarias e terminais. As vendas de gasolina no Brasil caíram 35% após o início da pandemia, mas a Petrobras não pode reduzir significativamente a produção pois precisa produzir gás de botijão, cujo consumo subiu 12% após o início das medidas de isolamento.

O repasse ao consumidor da série de cortes de preço, até o momento, foi de 13,7%. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o litro da gasolina era vendido na semana passada a R$ 3,929, em média, no País.

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