Petrobras volta a reduzir preço dos combustíveis

A queda no preço acontece em decorrência da pandemia do novo coronavírus - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Folhapress

BRASIL – Menos de uma semana após os últimos cortes, a Petrobras voltará a reduzir, nesta terça, 21, os preços da gasolina e do diesel no País. Será o 11º corte na gasolina e o 10º no diesel, em resposta à queda das cotações internacionais em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

Segundo a estatal, o preço da gasolina cairá, em média, 8%, passando a custar em suas refinarias R$ 0,91 por litro. Desde o início do ano, a queda acumulada é de 55%. Já o preço do diesel será reduzido em 4%, em média, passando a custar 1,46 por litro. A redução acumulada em 2020 é de 38%.

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Considerando valores corrigidos pela inflação, os preços dos dois combustíveis nas refinarias da Petrobras estão nos menores patamares ao menos desde 2005, início de série histórica compilada pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Segundo especialistas, o cenário reflete o elevado nível de estoques globais dos produtos, já que o consumo despencou após o início das medidas de isolamento social para conter a contaminação pela Covid-19. No mundo, há notícias de empresas contratando navios como alternativa para estocar os produtos.

Segundo dados da EIA (a agência de estatísticas do Departamento de Energia dos EUA), os estoques de gasolina naquele país atingiram 262 milhões de barris no último dia 10, um aumento de 15% em relação ao verificado no dia 12 de dezembro de 2019.

O movimento ocorreu mesmo com uma redução de cerca de 30% na produção do combustível no mesmo período: no dia 10 de abril, a produção acumulada em 30 dias nas refinarias foi de 7 milhões de barris de gasolina, ante 9,9 milhões de barris no período de 30 dias encerrado em 12 de dezembro.

No Brasil, a Petrobras viu uma queda de 60% na demanda por gasolina nas primeiras semanas após o início do isolamento. A estatal também reduziu a produção de combustíveis em suas refinarias para evitar gargalos na infraestrutura de armazenamento.

Para enfrentar o cenário de preços baixos, anunciou uma série de medidas, como corte de investimentos, suspensão de bônus e dividendos e redução da produção de petróleo, com a hibernação de 62 plataformas.

Nos postos brasileiros, o preço da gasolina continua em queda, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na semana passada, o litro do combustível foi vendido, em média, a R$ 4,095, 1,3% a menos do que na semana anterior. Em 2020, a queda acumulada é de 10,1%.

Já o diesel caiu 0,6% na semana passada, para R$ 3,318 por litro. Desde o início do ano, a redução é de 11,5%.

A queda dos preços gerou um embate entre Petrobras e usineiros, que pedem a elevação de impostos sobre a gasolina para ajudar na competitividade do etanol –que só é vantajoso quando seu preço equivale a até 70% do preço do derivado de petróleo.

O setor de cana de açúcar tem apoio do Ministério da Agricultura, mas o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco diz que a medida pode prejudicar o abastecimento de gás de botijão, que é produzido nas refinarias com a gasolina.

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