PF cumpre operação contra organização acusada de invasões e queimadas em terras da União
11 de março de 2021
Quatro pessoas foram presas na operação Constantino (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Uma operação deflagrada na manhã desta quinta-feira, 11, pela Polícia Federal (PF), cumpre mandados de prisão, busca e apreensão contra uma organização criminosa que invade terras de domínio público federal, no Sul do Amazonas, e desmata para comercializar madeira extraída ilegalmente.
De acordo com a PF, a Operação Constantino ocorre em Rio Branco, no Acre, e nas cidades de Manaus, Lábrea e Boca do Acre, ambas no Amazonas. Ao todo, são quatro mandados de prisão e 22 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária da Seção Judiciária do Amazonas. A pedido da polícia, a Justiça determinou o sequestro de bens dos investigados em aproximadamente R$ 17 milhões.
As investigações da Polícia Federal apontam que a organização criminosa contava com a participação de servidores públicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Amazonas. Segundo a PF, os funcionários são suspeitos de falsificar documentos das terras e receber propina dos envolvidos para manter os crimes em sigilo.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o delegado responsável pela operação, Vitor Fagundes, disse que a organização criminosa invadiu e se apropriou de mais de nove mil hectares de terras pertencentes à União, cujo desmatamento atingiu pelo menos 4 mil hectares.
“A organização criminosa atuava, basicamente, na invasão, apropriação indevida e no domínio de terra da União. Parte dessas terras é destinada à reforma agrária, porém outras partes seguem sem definição específica. Foi identificado que o grupo atuava nessa invasão, na usurpação da terra, mediante a compra ilícita de lotes de assentamento que seriam destinados à reforma agrária e acabavam concentrados nas mãos dos líderes do esquema ali na região de Boca do Acre”, salientou Fagundes.
Entre os quatro mandados de prisão que foram cumpridos, um deles é de um servidor do Incra e os outros três foram identificados como os líderes da organização, segundo o delegado da operação. O prejuízo causado pelo grupo criminoso à União foi de, aproximadamente, R$ 45 milhões, cujo valor seria a soma do montante referente aos recursos ambientais explorados na área, com o valor que a União gastaria para promover a regeneração ambiental dessas áreas, conforme o delegado.
Policiais federais falaram sobre a operação na manhã desta quinta-feira (Reprodução/Internet)
“Já foram apreendidos sete veículos de luxo no valor de aproximadamente R$ 200 mil cada um. Também foram identificadas cerca de sete mil cabeças de gados dentro do rebanho da organização e, apreendidas, também, R$ 100 mil em espécie, artigos de luxo, joias, relógios. E os mandados ainda estão sendo cumpridos”, finalizou.
Mais informações não foram repassadas pela Polícia Federal.
O nome da operação, conforme a PF, faz referência à “Doação de Constantino” – fato histórico que se baseia na utilização de documento que legitimaria a doação efetivada pelo Imperador Constantino de vastas áreas de terra na Europa Ocidental à determinada instituição religiosa.
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