PF do AM cumpre mandado de busca e apreensão na casa de ‘Colômbia’, suspeito de participação nas mortes de Dom e Bruno

O homem já tinha sido preso no último dia 8, por suspeita de participação nas mortes do jornalista Dominic Mark Phillips, o “Dom Phillips”, e do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira (Reprodução/Internet)
Eduardo Figueiredo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) cumpriu nesta sexta-feira, 22, o mandado de busca e apreensão na casa de Ruben Dario da Silva Villar, também conhecido como “Colômbia”, por uso de documento falso. O homem já tinha sido preso no último dia 8, por suspeita de participação nas mortes do jornalista Dominic Mark Phillips, o “Dom Phillips”, e do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira, assassinados em Atalaia do Norte, no Amazonas.

Na casa de “Colômbia”, os policiais federais encontraram inúmeros documentos com locais de nascimento e nacionalidades diversas. A equipe encontrou também um Registro Administrativo de Nascimento de Índio (Rani), onde o investigado afirma ter nascido na Comunidade Indígena Boa Vista, Terra Indígena Boa Vista da etnia Kokama.

Na propriedade também foi encontrado uma nota comercial (Factura) em que o suspeito se identifica como Rubens Eduardo da Silva de Souza, porém, nenhum documento oficial com esse nome foi encontrado na residência. Em nota, a Polícia Federal afirma que “os fatos denotam que o nacional se utiliza deliberadamente da falsificação de documentos para obter benefícios diversos”.

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Réus

Nessa quinta-feira, 21, o Ministério Público Federal denunciou Amarildo da Costa Oliveira (conhecido por “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Dantos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver pelos assassinatos de Dom e Bruno.

A nota da Polícia Federal destaca ainda que Oseney da Costa de Oliveira e Jeferson da Silva Lima serão transferidos para Manaus nesse sábado, 23, com a chegada prevista para as 13h30. A denúncia do MPF foi recebida pelo juiz da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM) que levantou o sigilo dos autos (número 1000481-09.2022.4.01.3201). Com isso, os três deixam de ser investigados e se tornam réus.  

O MPF explica que Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto Oseney teve a participação comprovada por depoimentos de testemunhas. A denúncia traz ainda prints de conversas e cita os resultados de laudos periciais, com a análise dos corpos e objetos encontrados.

De acordo com o MPF, já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena. O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF como motivo fútil e pode agravar a pena. Bruno foi morto com três tiros, sendo um deles pelas costas, sem qualquer possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime. Já Dom foi assassinado apenas por estar com Bruno, de modo a assegurar a impunidade pelo crime anterior.   

Leia mais: MPF denuncia três pessoas pelo assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips

Depoimento

Em depoimento à Polícia Federal no dia 8 de julho, “Colômbia” afirmou que conhece Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, mas que existe apenas “relação comercial” com o mesmo e outros pescadores da região de Atalaia do Norte, mas negou qualquer envolvimento no duplo homicídio.

“Existe, até o momento, uma relação comercial com alguns pescadores da região, segundo ele. Mas nós estamos investigando se existe apenas uma relação comercial ou a pesca ilegal, onde ele, efetivamente, participa, e se ele, de certa forma, sabia dessa pesca ilegal. Isso tudo é objeto da investigação que ainda está em andamento”, declarou, à época, o superintendente da PF do Amazonas, delegado Eduardo Alexandre Fontes.

Leia também: Caso Dom e Bruno: ‘Colômbia’ cita Amarildo, mas afirma à PF ter apenas ‘relação comercial’ com pescadores

Leia a nota na íntegra:

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