Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium
MANAUS — A Polícia Federal (PF) do Amazonas e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagaram, nesta quarta-feira, 15, a segunda fase da Operação ‘Uiara’, que tem por objetivo identificar, abordar e inutilizar balsas e dragas que operam atividade de garimpo ilegal de ouro na calha do Rio Madeira, no Amazonas. Esta fase da operação acontece em Borba (distante a 159 quilômetros de Manaus).
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No mês passado, a primeira fase da operação ocorreu na região de Nova Olinda do Norte e Autazes. Durante a ação foram destruídas 131 balsas e três pessoas foram presas. A informação de que havia ouro na região levou mais de 300 dragas para a comunidade de Rosarinho, em Autazes (distante a 131 quilômetros de Manaus), as imagens chamaram a atenção de ribeirinhos da região que denunciaram aos órgãos competentes.
“A PF esclarece que atualmente toda a atividade de lavra de ouro no Rio Madeira é ilegal e que, portanto, as ações objetivando a desintrusão dessa importante hidrovia federal continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas em 2022 a outras regiões de garimpo ilegal detectadas no Estado do Amazonas”, diz em um dos trechos da nota da PF à imprensa.
Laudo técnico
Nesta quarta-feira, 15, a Polícia Federal divulgou um laudo técnico sobre a primeira fase da Operação ‘Uiara’. O documento demonstra fortes indícios de contaminação ambiental e confirma o lançamento de contaminantes a partir das balsas e apontou, ainda, que o mercúrio no organismo de moradores do Rio Madeira, no Amazonas, é três vezes maior que o limite considerado admissível pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O documento obtido pela REVISTA CENARIUM trata sobre a primeira fase da operação ‘Uiara’. O laudo mostra que as informações foram detectadas por meio de amostras de cabelo de moradores do rio. Os agentes também coletaram material das balsas, da água do Rio Madeira e de folhas que estavam nas margens do rio e nas imediações das embarcações.
Tropa
A operação conta com a participação de 35 policiais federais do Amazonas, DF (COT-Comando de Operações Táticas), Grupo de Pronta Intervenção (GPI) do Pará, Roraima e Rondônia, e quatro fiscais do Ibama, sendo realizada no marco legal da Lei 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais), Lei 8176/91 (Usurpação de bens da União), e objetiva também dar cumprimento a decisões judiciais que cassaram autorizações de lavra de ouro no Rio Madeira, assim como atende a Recomendação expedida pelo Ministério Público Federal (MPF).
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