PF faz operação contra empresários e governador do AM em dia de julgamento no STJ

Viaturas de polícia em frente ao hospital de campanha em Manaus (Divulgação/Polícia Federal)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 2, a quarta fase da Operação Sangria no Amazonas, com o objetivo de apurar denúncias contra o alto escalão do Governo do Amazonas. Seis empresários e o governador do Estado, Wilson Lima (PSC), estão entre os alvos da incursão, que coincide com a pauta do julgamento de afastamento do chefe do Executivo estadual no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Além do governador, também são alvos da operação o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, o empresário Nilton Costa Lins Júnior, e deputados estaduais. São 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária que devem ser cumpridos em Manaus (AM) e em Porto Alegre (RS).

Segundo as investigações, há indícios de que funcionários da Secretaria de Estado de Saúde realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do governo do Estado. A polícia investiga ainda a suspeita de fraudes e superfaturamento em contratos para funcionamento do hospital de campanha construído na capital amazonense.

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Lista

Lista dos alvos de prisão da operação da Polícia Federal no Amazonas (Reprodução/Portal do Holanda)

Troca de tiros

Segundo a imprensa local e nacional, Nilton Lins, empresário dono do hospital cujo contrato é investigado pela PF e um dos alvos de mandado de prisão, recebeu a PF a tiros na manhã desta quarta e se refugiou no Consulado da Suécia, em Manaus, onde estaria abrigado.

Informações também dão conta que um dos alvos de mandado de prisão, o secretário de Saúde Marcellus Campêlo, estaria foragido. Contra o governador do Estado foi cumprido um mandado de busca e apreensão.

Julgamento no STJ

O julgamento no STJ desta quarta-feira apura suposta fraude na compra de respiradores em uma loja de vinhos durante a pandemia no Estado. A denúncia indica que o governador do Amazonas teria comandado uma organização criminosa responsável por desviar recursos da Saúde do Estado.

A denúncia foi apresentada no dia 26 de abril contra o governador, o vice-governador e outras 17 pessoas, entre secretários e empresários, por supostas irregularidades na compra de respiradores durante a pandemia do novo coronavírus.

Caso a denúncia, feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), seja aceita pela corte do supremo, Wilson Lima, o vice e outros servidores poderão ser afastados do cargo.

Em junho do ano passado, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal cumpriram buscas e apreensões em 14 endereços de pessoas ligadas no Amazonas. As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do STJ, e incluíram o bloqueio de bens no valor de R$ 2,9 milhões.

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