Pfizer produz anticorpos contra a variante identificada na Índia, mas com eficácia menor, aponta estudo

A variante indiana do coronavírus foi oficialmente detectada em 53 territórios (Carlos Osorio/Reuters)

Com informações do O Globo

MANAUS – A vacina da Pfizer produz anticorpos capazes de neutralizar a variante indiana do coronavírus, embora sua eficácia seja “um pouco menor”, segundo estudo de pesquisadores do Instituto Pasteur de Paris. A variante indiana do coronavírus foi oficialmente detectada em 53 territórios, de acordo com relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado na quarta-feira.

Pessoas vacinadas com duas doses de Pfizer têm anticorpos em seu soro sanguíneo que são eficazes contra a variante inglesa, mas menos eficazes contra a variante indiana estudada, de acordo com esses estudos divulgados pelo site de pré-publicação BioRxiv.

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Apesar de uma “eficácia ligeiramente inferior, com base em testes de laboratório, a vacina Pfizer é provavelmente protetora”, diz Olivier Schwartz, coautor do estudo e diretor da unidade de Vírus e Imunidade do Instituto Pasteur em Paris.

A variante indiana já chegou ao Brasil. Na semana passada, o Maranhão confirmou os primeiros casos da cepa, detectados em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que saiu da Malásia e viajou até o litoral maranhense. Na sexta-feira, o governo de Minas Gerais também confirmou o primeiro caso da variante B.1.617 no Estado, e um hotel no Espírito Santo foi interditado após a cepa ser detectada em viajante.

Os cientistas também testaram a eficácia da AstraZeneca contra essas variantes, mas apenas com pessoas vacinadas com uma dose, já que “não tiveram acesso a amostras de pessoas que receberam as duas doses” no momento em que este estudo foi conduzido, explicou Schwartz à AFP.

A vacina começou a ser usada na União Europeia em fevereiro e entre as duas doses recomenda-se aguardar 12 semanas. No final de abril, quando foi realizado o estudo, apenas um número muito pequeno de pessoas havia recebido as duas doses, devido a dúvidas sobre seus possíveis efeitos colaterais, que fizeram com que o medicamento ficasse restrito a maiores de 55 anos na França.

Os resultados dos estudos, realizados em hospitais universitários franceses, mostram que uma dose da AstraZeneca é eficaz contra a variante inglesa, mas “funciona muito pouco contra as variantes indiana e sul-africana”.

Uma única dose dessa vacina parece “ineficaz ou completamente ineficaz” contra a variante indiana, enfatiza o pesquisador.

A variante indiana, cientificamente conhecida como B.1.617, foi detectada na Índia em outubro de 2020 e, desde então, se espalhou para outros países, incluindo o Reino Unido.

Seus três subgrupos principais — B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3 — registram algumas mutações que podem aumentar sua capacidade de reduzir a eficácia dos anticorpos gerados por vacinas, adquiridos naturalmente ou por meio de terapia.

Os pesquisadores estudaram especificamente o vírus B.1.617.2, que parece ser mais contagioso do que as outras duas variantes e foi recentemente detectado em uma dezena de países.

“Mostramos que essa variante, que se espalha muito rapidamente, adquiriu resistência parcial aos anticorpos”, afirma Schwartz.

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