PIB cresce 1,2% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior

Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia (Pablo Jacob/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO – Passado um ano desde o início da pandemia da Covid-19, o IBGE informou nesta terça-feira, 1, que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2021, em relação ao trimestre anterior, acima das expectativas do mercado.

Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia. Mas a recuperação da economia está muito desigual. O agronegócio e os setores mais vinculados à tecnologia avançam, enquanto os grandes geradores de emprego, como as atividades de serviços, ainda patinam.

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Não por acaso, no resultado divulgado pelo IBGE, o consumo da família registrou queda de 0,1% – foi o único componente do PIB, ao lado dos gastos do governo, a ficar no terreno negativo.

No agregado do PIB,  setor de serviços até esboçou reação, com ligeira alta de 0,4%. Mas outras pesquisas do IBGE mostram que os serviços prestados às famílias (restaurantes, salões de cabeleireiro, academias, serviço doméstico) ainda estão mais de 40% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

Por isso, explica Silvia Matos, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), o emprego ainda está tão cambaleante.

“Esses setores voltados para as famílias empregam muito, mas não estão contratando. Só os mais qualificados têm conseguido se empregar. É um choque muito heterogêneo. Muitos segmentos vão ficar para trás. Só a superação da pandemia permite uma normalização”, diz Silvia.

Em março, a taxa de desemprego chegou ao maior patamar da série histórica, de 14,7%, com 14,8 milhões de trabalhadores procurando emprego.

Agro e investimentos lideram altas

A agropecuária foi o setor cuja produção mais cresceu no primeiro trimestre de 2021, com alta de 5,7%, graças ao que já está sendo chamado de um novo “superciclo de commodities”, com preços recordes em vários produtos exportados pelo Brasil.

Pela ótica da demanda, os investimentos tiveram a maior expansão, com alta de 4,6% frente ao último trimestre do ano passado.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, houve um salto de 17% nos investimentos, refletindo o aumento da  produção de máquinas e equipamentos e também o crescimento do desenvolvimento de softwares.

A alta forte nos investimentos foi parcialmente distorcida pela maneira como é calculada, nas estatísticas de comércio exterior, a importação de plataformas de petróleo, dentro do regime de benefícios fiscais Repetro.

Veja abaixo, como o crescimento desigual do PIB teve impacto para empresas, comércio e famílias.

TI avança e contrata

O avanço do e-commerce e do home office na pandemia provocou uma transformação digital nas empresas e acirrou a disputa por profissionais de TI. Em plena pandemia e em meio a um forte aumento do desemprego, a especialista em TI Jullyana Camarinha, de 24 anos, trocou de emprego e ainda passou a receber um salário maior:

“Cheguei a receber propostas antes e depois dessa nova contratação. O mercado está bem aquecido”, afirmou.

Auxílio menor afeta consumo

O baiano Landerson Ferreira, de 28 anos, está recebendo o auxílio emergencial do governo desde o início do programa. Na época, ele a e a sua irmã recebiam o benefício, pois, de acordo com as regras do ano passado, duas pessoas por família poderiam receber o pagamento.

Este ano, como o pagamento é para apenas uma pessoa da família, o valor total caiu para R$ 250.

“Eu fui cada vez comprando menos no mercado, porque os preços não param de subir. Se eu comprar uma carne, por exemplo, eu não pago a água e nem a luz. Tive que ir para o peixe e agora estou no ovo”, conta Ferreira, que se mudou de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, para o munícipio de Jaci, interior de São Paulo, na esperança de conseguir um emprego no polo moveleiro local.

Construção civil cresce

A busca de famílias por casas maiores, em meio ao confinamento da pandemia e ao avanço do home office, e uma conjuntura econômica de juros baixos que reduzem o custo do financiamento imobiliíario deram um impulso à construção civil.

A Riva, subsidiária da incorporadora Direcional Engenharia, com foco no segmento médio econômico, registrou aumento de 140% nas vendas líquidas no primeiro trimestre de 2021 contra o último trimestre do ano passado.

“A resiliência do setor da construção civil na pandemia impressionou”, afirma o CEO da Riva, Paulo Assis.

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