Pico de 39ºC pode ser causa da morte de pelo menos 141 botos no lago Tefé


10 de outubro de 2023
Pico de 39ºC pode ser causa da morte de pelo menos 141 botos no lago Tefé
Boto-cor-de-rosa morto pela estiagem na Amazônia (Divulgação)
*Da Revista Cenarium Amazônia

A seca histórica que atinge o Amazonas causou a morte de pelo menos 141 botos no Lago Tefé, no Médio Solimões, segundo Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) . No último dia 23 de setembro, foi identificada a mortalidade incomum de botos-rosa e tucuxi. A temperatura da água chegou a 39° graus no pico máximo no dia 28 de setembro, e é apontada como causa do ocorrido.

Uma das preocupações são as grandes variações de temperatura da água durante o período do dia, variando entre 29° a 37,5 graus, em média.

Boto morto encalhado em lago no município de Tefé, interior do Amazonas (André Kumark/Instituto Mamirauá)

Somente no dia 28 de outubro, 70 botos foram encontrados sem vida e centenas de peixes mortos. Segundo resultados registrados pelas organizações que trabalha no local, até o momento, foram registrados 120 botos vermelhos e 21 tucuxis.

“Desse total, tivemos 124 animais necropsiados. Tivemos 17 indivíduos analisados, e até o momento não há indício de um agente infeccioso relacionado como causa primária da mortalidade”, informou o Instituto Mamirauá, em nota.

Frentes

O Setor Operação Vivos tem o objetivo de monitorar os grupos de botos e tucuxis ao longo do Lago Tefé. E no caso de algum indivíduo apresentar sinais de anormalidade, os animais podem ser resgatados e encaminhados a um Flutuante de Reabilitação. Nenhum animal foi removido, até o momento.

Pesquisadora examina boto (Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá)

A outra frente é o setor de operação Ambiental, composto por três frentes de monitoramento: Água, Peixes e Fitoplâncton. De todas as variáveis que temos analisados, a que tem demonstrado variação discrepante é a temperatura da água.

Algas

Especialistas do AquaViridi, que atuam com a consultoria ambiental, foram acionados para identificar a espécie de algas que foi vista na Enseadas do Papucu, no lago Tefé. Conseguimos identificar a espécie conhecida por “euglena sanguinea”.

Comunidade Porto Praia, no Solimões, mostra seca em Tefé (Reprodução)

Nessa corrida contra o tempo, já passaram mais de 100 voluntários de todo Brasil com as organizações, são eles: Aqua Virid, Instituto Aqualie, Aquasis, Corpo de Bombeiros, Exército, Fiocruz, GRAD, WWF Brasil, Greedpeace Brasil, ICMBio, INPA, Marinha, Polícia Militar, R3 Animal, Sea Shepherd Brasil.

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