Piratas atacam em rio do Amazonas e matam agricultor

Barco navegando pelo rio Negro (Foto: Paulo Dutra/Cenarium)
Carol Veras – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – Um agricultor identificado como “Joel” foi morto no domingo, 9, após ser baleado por piratas em um ataque na Ponta do Tarará, próximo ao Lago do município de Tefé (a 522 quilômetros de Manaus). Informações da moradora do município Grazy Braz dão conta de que Joel foi morto na frente da esposa e do filho.

Outros moradores ribeirinhos da região denunciam ataques dos mesmos criminosos recorrentes no mesmo lugar. De acordo com relatos, foram vistos três baleeiras (embarcações) com 16 piratas no lugar onde o agricultor foi morto.

A vítima estava a caminho da Feira de Tefé com a família para vender frutas e verduras, como fazia semanalmente. Joel pilotava um bote, quando foi abordado por piratas. Outros ataques realizados foram registrados em vídeo.

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“Ele vinha vender as verduras dele na feira, e quando ia saindo de um furo que sai bem perto do Banho da Lica, os piratas efetuaram os disparos no seu Joel e ele veio a óbito“, relata.

Veja abaixo:

A CENARIUM teve acesso à outra gravação, onde é possível ver uma embarcação sendo emboscada por um veículo aquático menor. A população relata sons intensos de troca de tiros. As imagens foram gravadas no afluente Paraná do Tarará, próximo ao município de Jutaí, (a 917 quilômetros de Manaus).

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Tefé e a Polícia Militar do Estado, mas não obteve resposta sobre as investigações até o momento da publicação.

Violência nas águas

Segundo um levantamento realizado pelo sindicato local das Empresas de Navegação Fluvial (Sindarma), com foco em grandes embarcações que passam carregadas de combustível pelo rio Amazonas, piratas já roubaram mais de 7,7 milhões de litros de combustíveis na região. O relatório não inclui outros tipos de carga saqueados.

Os criminosos utilizam lanchas ou barcos pequenos, o que facilita a fuga após os saques e a redistribuição das mercadorias para outras embarcações. A pesquisa totaliza um prejuízo de R$ 48 milhões devido aos ataques a embarcações de transportadoras.

Outro problema recorrente nos rios, além da pirataria, é a rota do tráfico de drogas. Integrantes das facções Comando Vermelho e PCC disputam com milícias paramilitares o controle das principais rotas, usadas para transportar drogas e armas para outras regiões do Brasil e para o exterior.

Um caso de repercussão de violência pelos rios é o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do Jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido na Terra Indígena Vale do Javari, em Atalaia do Norte, (a 1.106 quilômetros de Manaus). O mandate do crime, Ruben Dário da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, era líder de uma rede de pesca ilegal na região.

Leia também: Colômbia foi mandante dos assassinatos de Bruno e Dom, conclui Polícia Federal
Editado por Aldizangela Brito
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