Início » Central da Política » PL do Garimpo é aprovado em regime de urgência na Câmara; apenas um deputado do AM votou contra
PL do Garimpo é aprovado em regime de urgência na Câmara; apenas um deputado do AM votou contra
A votação do mérito, no entanto, foi adiada para a primeira quinzena de abril (Victor Moriyama/ISA)
Compartilhe:
10 de março de 2022
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS — O requerimento de urgência do Projeto de Lei (PL) que libera a mineração e o garimpo em terras indígenas foi aprovado, na noite dessa quarta-feira, 9, no Congresso Nacional. O texto obteve 279 votos a favor, 180 contra e três abstenções. Na bancada amazonense, foram cinco votos favoráveis, uma ausência e um contrário: o do deputado José Ricardo (PT).
O deputado Marcelo Ramos (PSD) não votou, pois fez parte da mesa como vice-presidente da Câmara. Votaram contra: os deputados Bosco Saraiva (Solidariedade), Silas Câmara (Republicanos), Sidney Leite (PSD), Delegado Pablo (PSL) e Capitão Alberto Neto (Republicanos). Átila Lins (PSD) estava ausente.
PUBLICIDADE
Veja como votaram os deputados do AM na urgência do PL do Garimpo:
A aprovação do texto permite a maior celeridade da tramitação da proposta. A votação do mérito, no entanto, foi adiada para a primeira quinzena de abril deste ano e deve acontecer no plenário da Casa.
Um grupo de trabalho foi criado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para analisar o PL do Garimpo. O colegiado, segundo Lira, terá prazo de 30 dias para devolver o texto analisado com um parecer final sobre a medida.
“Vamos autorizar a formação de um grupo de trabalho com, em tese, 20 deputados, na proporção de 13 deputados da maioria e sete da minoria, com prazo acertado entre os líderes de 30 dias para que o projeto venha ao plenário na primeira quinzena de abril, mais ou menos entre o dia 12 e 14”, anunciou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Sem análise
O deputado José Ricardo, único parlamentar da bancada amazonense que votou contra o PL, afirma que o requerimento votado nessa quarta-feira, 9, acelera o processo de aprovação de leis sem passar por análises de comissões da Câmara. Nas redes sociais, o político questionou a urgência da medida sobre um projeto considerado nocivo ao Amazonas.
“Na prática, o regime de urgência acelera o processo de aprovação de leis sem passar pelas comissões da Câmara, sem discussão sobre o assunto, contando apenas com a opinião de um grupo de estudos. Mas agora a pergunta é: por que esse PL tão nocivo ao Amazonas precisa de urgência?”, questionou José Ricardo, no Twitter.
Inconstitucional
Na prática, a autorização de exploração das terras indígenas acontecerá mesmo contra a vontade dos povos tradicionais afetados. O presidente da República deverá encaminhar ao Congresso Nacional um pedido solicitando a medida.
A líder indígena Sônia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), afirma que o Projeto de Lei é inconstitucional e precisa ser barrado. Para ela, a proposta afeta negativamente o meio ambiente, o clima e os direitos humanos.
“Os parlamentares, em especial, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devem garantir que nenhuma proposta seja colocada em votação até que esteja alinhada com o que diz a ciência, com as demandas e necessidades das populações tradicionais e do campo e à luz da emergência climática que vivemos”, escreveu a líder indígena, em uma publicação nas redes sociais.
Para a deputada indígena Joenia Wapichana, uma das parlamentares que votaram contra o texto, o Projeto de Lei 191/20 é inconstitucional, inaceitável e injustificado e representa, ainda, uma destruição e anúncio de morte dos povos indígenas. Antes da votação da urgência, Joenia subiu na tribuna para denunciar a violação dos direitos das populações originárias.
“Hoje é um dia bastante lamentável e triste para os povos indígenas. Novamente venho nesta tribuna fazer uma denúncia de violação dos direitos indígenas. Agora, não por outros que estamos acostumados a sofrer invasões no dia a dia, como o garimpeiro, madeireiro, mas por quem deveria prezar pela legalidade de fazer leis que deveriam defender a vida, a segurança e o meio ambiente”, desabafou a deputada.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.