Planejado para Copa de 2014, vagões do VLT de Cuiabá são vendidos para Bahia


20 de junho de 2024
Imagem mostra VLT em Cuiabá (Divulgação)
Imagem mostra VLT em Cuiabá (Divulgação)

Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — Os vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), projetado para a Copa do Mundo de 2014, em Cuiabá, ganharam um novo destino. Os equipamentos foram vendidos para o Governo da Bahia e serão usados no VLT baiano. O acordo firmado entre os governos de Mato Grosso e da Bahia, intermediado pelo Tribunal de Contras da União (TCU), foi fechado em R$ 793 milhões pelos 280 vagões.

As obras do VLT na região metropolitana de Cuiabá pararam em 2015, por suspeita de fraudes licitatórias. A implementação, que não foi concluída, custou cerca de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. O Governo do Estado, responsável pelo projeto, resolveu abandonar o modal e implantar o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT, da sigla em inglês), em 2020, já na gestão do governador Mauro Mendes (União Brasil). As obras do novo modal já começaram na capital mato-grossense.

Parados há mais de 10 anos, os vagões continuavam passando por manutenções pelo antigo consórcio responsável pelas obras do modal, no Centro de Operações, localizado em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. O TCU formou um grupo de trabalho para as negociações entre os dois estados.

Veículo Leve sobre Trilhos em Cuiabá (Divulgação)

O VLT de Cuiabá tem 40 trens, cada um composto por 7 vagões que, ao todo, totalizam 280 vagões. Agora, vai integrar o projeto do VLT baiano, que prevê a construção simultânea de três trechos, com mais de 36 km de percurso. O custo total estimado é de R$ 6 bilhões aproximadamente.

O valor líquido da negociação ficou em R$ 793,7 milhões, que vão ser pagos em quatro parcelas anuais pelo governo da Bahia. A primeira deve ser paga até 31 de dezembro deste ano e as demais na mesma data até 2027. Os valores serão corrigidas pelo IPCA-E, a partir da data da assinatura do acordo.

Como garantia ao estado de Mato Grosso, o governo baiano apresentou o fluxo financeiro da cota no Fundo de Participação dos Estados (FPE). O acordo também previu a extinção de cinco ações judiciais propostas pelo Consórcio VLT contra o estado de Mato Grosso e outras duas propostas por Mato Grosso em contra do Consórcio.

Segundo o governo mato-grossense, o valor a ser arrecadado no transação será o equivalente para custear todas as obras do Sistema BRT, no valor de R$ 468 milhões. Ainda restaria R$ 325 milhões para comprar os ônibus e realizar outros investimentos. O acordo vai ser oficializado durante assinatura em Brasília, em data a ser definida pelo TCU.

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Editado por Jadson Lima

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