PLP dos Combustíveis é usado por senadores do AM para recuo de Bolsonaro no decreto do IPI

Os senadores Omar Aziz e Eduardo Braga resolveram jogar pesado com o governo federal e ameaçaram mobilizar as bancadas de seus partidos a votarem contra o PLP, caso um novo decreto ressalvando a produção da ZFM não fosse editado (Arte: Isabelle Chaves)

Quem acompanhou de perto o desenrolar das negociações em torno da alteração do decreto que reduzia o IPI em 25%, maior ataque sofrido à Zona Franca de Manaus, sabe que, além da proximidade do governador Wilson Lima (União) com o presidente Jair Bolsonaro, foi fundamental a pressão da bancada do Amazonas no Senado. Explico: como na Casa foi gestado o PLP dos Combustíveis, os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB) resolveram jogar pesado com o governo federal e ameaçaram mobilizar as bancadas de seus partidos a votarem contra o PLP caso um novo decreto ressalvando a produção da ZFM não fosse editado.

Na pressão

Senadores experientes e com bom nível de trânsito nas lideranças de seus partidos, Omar e Braga estiveram no centro das críticas de Bolsonaro, que chegou a acusar os senadores de fazerem “terrorismo” e afirmou que o decreto “não prejudicaria a Zona Franca”. Ao recuar, Bolsonaro confirmou sua absoluta ignorância quanto ao modelo ZFM, e ainda mostrou que os interesses do Amazonas seguem sendo submetidos aos ódios pessoais do presidente. Fato é que, mesmo recuando e admitindo, agora, que estava errado quanto ao decreto, essa insegurança jurídica provocada pelo governo federal inibe atuais e futuros investimentos no Polo Industrial de Manaus.

Auxílio-gasolina

Por falar em Braga, no texto aprovado no Senado, na tarde desta quinta-feira, 10, do PL n° 1.472, que cria uma Conta de Estabilização de Preços de Combustíveis (CEP-Combustível), foi incluída emenda, do senador amazonense, que cria um auxílio-gasolina de até R$ 300, que deve ser pago somente a partir do ano que vem. A intenção é dar um subsídio para conter as oscilações nos preços de derivados de petróleo e gás liquefeito de petróleo (GLP) para o consumidor final. A alteração foi acordada com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e pegou de surpresa os governistas; já o tema não havia sido discutido com senadores da base.

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Campanha de Lula e filiação de Alckmin

Nesta semana, a chapa presidencial Lula e Geraldo Alckmin deverá definir o calendário eleitoral e o início da pré-campanha. De olho na melhora das intenções de voto de Bolsonaro, foi dada como certa para o fim de março a filiação de Alckmin ao PSB, com a presença de Lula. Já a candidatura deverá ser lançada no início de abril, depois do fim da janela para trocas partidárias. O Plano de Governo já conta com propostas de Alckmin, que tem em mãos um documento baseado nos programas de suas duas candidaturas presidenciais, cujo texto está dividido em duas partes.

Eixo econômico

Para soar mais palatável à entidade etérea que chamamos “mercado”, no eixo econômico, a chapa Lula/Alckmin proporá uma “agenda de competitividade” com foco na desburocratização, simplificação do sistema tributário, combate aos privilégios no setor público, redução dos custos de capital, abertura comercial e investimentos na área de construção civil. O objetivo é um maior crescimento do PIB. No eixo político, o futuro vice de Lula trabalha numa reforma partidária para reduzir o número de legendas e o voto distrital misto.

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