Presidente da Colômbia vê risco de ‘bombas em Manaus’ após ofensiva dos EUA na região
Por: Fred Santana
09 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – Durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus, nesta terça-feira, 9, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um alerta sobre os riscos de ofensivas militares dos Estados Unidos (EUA) na América do Sul. O líder colombiano destacou que, caso a região não reaja, cidades como Manaus podem se tornar alvo de ataques.
“A América Latina é dona do Caribe e ela vai ter que suportar isso e ficar calada? Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá e outras cidades. Então, nós vamos ficar calados agora e essas bombas matarem nossas crianças ou nós vamos parar e nos unir?”, questionou Petro, dirigindo-se às autoridades presentes.
O presidente da Colômbia afirmou que a ofensiva norte-americana contra a Venezuela pode se expandir para outros países da região. O líder colombiano ressaltou que, embora existam problemas políticos em Caracas, eles não podem ser solucionados por meio de ataques militares.
Petro também associou o risco de escalada ao interesse pelo petróleo venezuelano, citando ainda o episódio em que um barco foi alvejado por forças militares dos EUA em águas do Caribe. “O problema é o petróleo. Há uma discussão mundial, colocada na América Latina, motivada pela energia do capital baseada na exploração de trabalhadores e também da natureza”, afirmou.
O presidente do país vizinho reforçou, também, que a América Latina precisa se unir para responder “de igual para igual” aos Estados Unidos e evitar que a região seja alvo de bombardeios. No mesmo discurso, Petro destacou a importância da proteção da Amazônia, classificando-a como vital para a sobrevivência da humanidade. “Se a floresta é salva, salva-se também a humanidade. Essa é a realidade e é por isso que estamos aqui. Não é por outra coisa, é pela humanidade”, disse.
A cerimônia em Manaus contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da vice-presidente do Equador, María José Pinto, além de ministros e representantes de forças policiais. O CCPI Amazônia foi inaugurado para integrar a atuação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e órgãos estaduais, em parceria com países que compõem a Amazônia Legal, no combate ao crime organizado.