Marcela Leiros – Da Cenarium*
MANAUS (AM) – A Polícia Federal (PF) decidiu indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos inquéritos que apuram a venda ilegal de joias no exterior e o que investiga a falsificação de cartões de vacinas contra a Covid-19, segundo o site Metrópoles. Os relatórios devem ser remetidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 4, que deverá enviar os documentos à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além de Bolsonaro, outros aliados e auxiliares do ex-presidente da República estão na lista de indiciamentos: os advogados Fabio Wajngarten e Frederico Wasseff, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O site apurou que, apesar dos pedidos de indiciamento, a Polícia Federal não vai requerer a prisão preventiva nem de Bolsonaro, nem dos demais indiciados.
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 4, a segunda fase da “Operação Venire“, que investiga a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19 em torno do ex-presidente, já indiciado neste caso.
Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão contra agentes públicos de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que teriam viabilizado a inserção de dados falsos no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI- PNI).
Entre os alvos da nova operação estão Washington Reis, secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias; e Célia Serrano, secretária de Saúde do município. As diligências foram autorizadas pelo STF a pedido da PGR. A PF pretende também identificar novos eventuais beneficiários.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao STF, em abril, o aprofundamento das investigações que envolvem Bolsonaro. Em março, a PF indiciou no caso o ex-presidente, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas.
Em depoimento à PF, o tenente-coronel disse que a fraude no cartão de vacinas de Bolsonaro e da filha dele, Laura, foi feita a pedido do próprio mandatário na época e que os certificados foram impressos e entregues “em mãos” ao então presidente.
Todos eles foram indiciados sob suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa. Os investigadores ainda disseram que a fraude pode ter sido realizada no escopo da tentativa de aplicar um golpe de Estado no país e impedir a posse de Lula (PT).
A pena para associação criminosa é a reclusão de 1 a 3 anos. Já a inserção de dados falsos em sistema de informações tem pena de reclusão de 2 a 12 anos e multa.
(*) Com informações do Metrópoles e Folha de S. Paulo