PF faz operação na Precisa Medicamentos, alvo de CPI da Covid


17 de setembro de 2021
PF faz operação na Precisa Medicamentos, alvo de CPI da Covid
Viatura da Polícia Federal (Divulgação/PF)

Com informações do Infoglobo

RIO DE JANEIRO – A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta sexta-feira mandados de busca e apreensão na sede da Precisa Medicamentos, em São Paulo. A empresa é alvo da CPI da Covid por ter intermediado a aquisição de doses da Covaxin entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech.

A operação mira endereços em Barueri e em Itapevi, em escritórios da empresa e locais de armazenamento de distribuição de produtos. Os mandados foram solicitados pela cúpula da CPI da Covid e autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.

Em seu perfil no Twitter, o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a operação destina-se à apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa e a Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados ao contrato.

“A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial”, escreveu o parlamentar.

A Precisa Medicamentos entrou na mira da CPI da Covid por ter intermediado a compra de doses da Covaxin entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech. A comissão quer saber como a representante, alvo de inquéritos do Ministério Público, lucrou com a transação avaliada em R$ 1,6 bilhão para fornecer 20 milhões de imunizantes.

A compra do imunizante indiano, que acabou suspensa pelo Ministério da Saúde após as denúncias de irregularidades virem à tona, é uma das principais linhas de investigação da CPI. Como mostrou o GLOBO, o Ministério Público Federal (MPF) já identificou indícios de crime na compra das 20 milhões de doses feita pela pasta, e pediu que o caso seja investigado na esfera criminal.

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias admitiu que “não é comum” a pasta efetuar pagamento a empresas que não constam de contratos. Dias classificou ainda como “atípico” o processo de importação da vacina Covaxin pelo governo federal, intermediado pela Precisa e que indicava uma empresa sediada em Cingapura, fora do acordo, para receber recursos públicos.

Segundo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro, o diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, fez movimentações de valores incompatíveis com o seu faturamento mensal e de sua empresa, chegando a receber R$ 2 milhões mensais.

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