Polícia Federal pede novas provas para investigação contra Jair Renan, filho 04 de Bolsonaro


07 de dezembro de 2021
Polícia Federal pede novas provas para investigação contra Jair Renan, filho 04 de Bolsonaro
Jair Renan e Allan Lucena. (Reprodução/Instagram)

Com informações do InfoGlobo

BRASÍLIA — A Polícia Federal (PF) solicitou o compartilhamento de provas do inquérito das milícias digitais para aprofundar uma investigação contra Jair Renan Bolsonaro, o filho mais novo do presidente (conhecido como 04), sobre o recebimento de “vantagens de empresários” com interesses na administração pública. A Polícia Federal abriu o inquérito, após reportagem do GLOBO revelar que o filho do presidente atuava para marcar reuniões e abrir portas no governo federal para empresas privadas

O inquérito contra Jair Renan tramita na Superintendência da PF no Distrito Federal. Para dar prosseguimento ao caso, a PF solicitou o compartilhamento de informações obtidas no inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o empresário Allan Gustavo Lucena, que é próximo de Jair Renan e já foi seu personal trainer.

De acordo com a PF, as diligências do inquérito indicam a “associação estável” entre Jair Renan e Allan Lucena “no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade. O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários”.

Em resposta, foi encontrado um diálogo entre Allan Lucena e o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que foi enviado para o inquérito. A PF não apresentou mais detalhes sobre a apuração contra Jair Renan.

Entenda o caso

As suspeitas sobre Jair Renan Bolsonaro envolvem a utilização da empresa de eventos dele, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini,  grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

O grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção e tem interesses junto ao governo federal presenteou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Um mês após a doação, em outubro do ano passado, representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas do conglomerado, se reuniu com Marinho. Segundo o ministério, o encontro, que também teve a participação de Jair Renan, foi marcado a pedido de um assessor especial da Presidência.

Apurações feitas pelo GLOBO apontam ainda que o grupo tem isenção de 75% no pagamento do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), desde setembro de 2019, com validade até 2028. Isso significa que de 100% do imposto devido, apenas 25% será pago.

Em outubro de 2020, John Lucas Thomazini, um dos sócios do grupo foi a Brasília participar da inauguração da sede da empresa de eventos de Jair Renan — o espaço, que funciona em um camarote no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, também conta com placas de granito doadas pela Gramazini.

Foi nesta ocasião que o filho de Bolsonaro recebeu o carro, importado por outra firma do empresário capixaba, a Neon E. Motors. Há vídeos nas redes sociais que mostram a doação do veículo para Jair Renan e Allan Lucena, subsecretário de Programas e Incentivos Econômicos do Distrito Federal — além do cargo no governo, Lucena está à frente de um instituto que divide o espaço do camarote com a firma de Jair Renan.

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