Polícia Federal prende mais um suspeito de envolvimento no sumiço de jornalista e indigenista na Amazônia

O suspeito será encaminhado para audiência de custódia na Justiça de Atalaia do Norte, no AM (Superintendência da Polícia Federal)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal do Amazonas (PF-AM), informou por meio de nota na noite desta terça-feira, 14, a prisão temporária de Oseney da Costa de Oliveira, popularmente conhecido como “Dos Santos”, 41 anos, por suspeita de participação no caso do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dominic Phillips.

Oseney é irmão de Amarildo da Costa, o “Pelado”, que inclusive, já está em prisão temporária. Segundo a nota, a suspeita é de que os irmãos teriam atuado juntos no sumiço da dupla. “Oseney da Costa de Oliveira está sendo interrogado e será encaminhado para audiência de custódia na Justiça de Atalaia do Norte/AM“, informa o texto.

O documento declara ainda o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário, em Atalaia do Norte (1.137 quilômetros distante de Manaus), de alguns cartuchos de arma de fogo e um remo, os quais serão objetos de análise.

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Por fim, o comitê ressalta a continuidade das buscas por Bruno e Dom, por vias fluviais e aéreas, na região do Rio Itaquaí, em Atalaia do Norte. “As investigações continuam sendo realizadas de forma técnica, sem que esforços materiais e humanos sejam poupados para a completa elucidação dos fatos.
Os órgãos federais e estaduais reforçam que não há nada mais importante do que a busca pelos
senhores Bruno Pereira e Dom Phillips e reiteram a esperança de encontrá-los
“, finaliza o documento.

Documento expedido nesta terça-feira, 14, pela PF (Reprodução/Assessoria)

Desaparecimento e buscas

Desde o último dia 6, as Forças de Segurança, dentre elas policiais civis, militares, exército, marinha e aeronáutica, buscam pelo ativista e jornalista desaparecidos no dia 5 de junho, durante uma viagem pelo Rio Itaquaí, em Atalaia do Norte, interior do Amazonas.

Dom estava produzindo um livro sobre a região do Vale do Javari, onde indígenas isolados e de recém-contato vivem. Bruno estava licenciado da Funai e acompanhava Dom no percurso. Segundo a União dos Povos Indígenas Vale do Javari (Univaja), a dupla recebeu ameaças em campo.

A organização afirma que o indigenista era ameaçado, constantemente, por sua atuação contra invasores na região: pescadores, garimpeiros e madeireiros. Já o jornalista, apaixonado pelo Brasil, era conhecido por reportagens denunciando as violações dos direitos dos indígenas e vinha trabalhando em um livro sobre meio ambiente.

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