Polícia investiga deputado do AM, Dermilson Chagas, por usar dinheiro público em ‘Gabinete do Ódio’


22 de novembro de 2021
Polícia investiga deputado do AM, Dermilson Chagas, por usar dinheiro público em ‘Gabinete do Ódio’
Deputado Dermilson Chagas foi denunciado por ex-servidora que trabalhava no gabinete do parlamentar.

Com informações do site O PODER

MANAUS – No dia 10 de setembro deste ano, a Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc) recebeu denúncia de que o deputado estadual Dermilson Chagas (sem partido) estaria mantendo com dinheiro público uma estrutura para criar conteúdos ofensivos com o objetivo de atacar a honra de seus adversários. Entre as vítimas, seus inimigos políticos, como o governador Wilson Lima, outros deputados, que, mesmo tido como “amigos” viraram alvo, pois desagradavam, em alguns momentos, os interesses do parlamentar.

As provas, entre vídeos, montagens em foto e prints de conversa em aplicativo de mensagem foram entregues à polícia pela denunciante, uma ex-servidora do alto escalão do gabinete de Dermilson. A pessoa trabalhava há 5 anos com o deputado e pediu exoneração, em meados deste ano. No depoimento, ela explicou como coordenava pessoalmente os ataques e como estruturou, a mando do deputado, uma espécie de ‘gabinete do ódio’, algo similar ao que a Polícia Federal já investiga em âmbito nacional,  no qual são produzidos diariamente conteúdos ofensivos e fake news (notícias falsas), para distribuição em massa nas redes sociais e aplicativos de mensagem.

A estrutura, segundo a denúncia, é mantida financeiramente com verba do gabinete, ou seja, dinheiro público. Com esse recurso, uma equipe, formada por um designer e um editor de vídeos, alimentava a estrutura de difamação, construindo e editando diariamente conteúdos em audiovisual, além de memes jocosos e ofensivos contra o governador e outros deputados.

No depoimento, ela chegou a confessar ter cometido o crime de falsa identidade (se passar por uma pessoa que não é) e de ter praticado, ela mesma, a pedido do deputado Dermilson, os crimes de calúnia e difamação, tipificados nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal Brasileiro contra o governador do Amazonas Wilson Lima e outros políticos locais.

A denunciante, que tem seu nome preservado nesta reportagem por questões de segurança, trabalhava desde 2016 no gabinete do parlamentar amazonense e, em 2021, passou a comandar as ações criminosas lá de dentro. Segundo ela, foram dezenas de mensagens ao longo do tempo, produzidas em vídeo ou em fotos e depois direcionadas por ela e equipe  para a população em geral, para deputados e para diversos grupos políticos, através de listas de transmissão, tudo, sob a orientação e comando do deputado estadual.

Na delação, a vítima descreveu ainda que sofria humilhações constantes e que outros servidores do gabinete também eram ameaçados de demissão e perseguidos quando não publicavam ou compartilhavam as mensagens falsas.

Em julho de 2021, a servidora pediu exoneração do cargo como descrito no depoimento “por não aguentar mais as pressões e humilhações”. Segundo ela, o estopim se deu após Dermilson solicitar que ela tirasse fotos da rotina íntima de outro deputado, se aproveitando da proximidade familiar que ela tinha com o parlamentar. Ela então decidiu bloquear Dermilson nos aplicativos de mensagem, conforme print de mensagens que os dois trocaram à época e que o site O PODER teve acesso. Por medo de represálias, ela decidiu mudar de cidade, após as denúncias.

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