Polícia Militar despeja 50 famílias do povo Akroá-Gamella no Piauí


Por: Bianca Diniz

13 de novembro de 2024
Polícia Militar despeja 50 famílias do povo Akroá-Gamella no Piauí
Moradores da aldeia Barra do Correntinho (Reprodução/Redes Sociais)

MANAUS (AM) – Cerca de 50 famílias do povo indígena Akroá-Gamella foram despejadas nesta quarta-feira, 13, na aldeia Barra do Correntinho, localizada no município de Bom Jesus, no Piauí. A operação de reintegração de posse, favorável à Agropecuária Bomboi LTDA, foi conduzida pela Polícia Militar. As famílias, que habitavam a região há mais de 20 anos, tiveram que deixar as moradias e áreas de produção agrícola, além de um cemitério.

A informação foi publicada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) nas redes sociais, que informou que não há informações de confrontos por conta da falta de eletricidade e sinal de telefone no território indígena. Em setembro, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra a União e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), exigindo que a demarcação do território Akroá-Gamella fosse concluída.

“A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) não foi acionada pelas autoridades para conduzir a reintegração tampouco o Ministério Público Federal (MPF)”, disse o Cimi ao denunciar o caso.

O processo, instaurado desde 2018, está paralisado no órgão, pois a Funai ainda não formou o grupo técnico necessário para prosseguir com os estudos. Na ação, o MPF solicitava que a Justiça determinasse a retomada dos estudos e a formação de um grupo de trabalho em um prazo de 45 dias, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.

A comunidade Akroá-Gamella denuncia recorrentes intimidações por parte de fazendeiros, que adotam práticas como pulverização de agrotóxicos, grilagem de terras e bloqueio de acessos a áreas de uso comum.

Laudos técnicos da Funai associam essas práticas a graves impactos ambientais, incluindo contaminação de rios, desmatamento de áreas de conservação e perda de biodiversidade, afetando diretamente a segurança alimentar e a saúde da comunidade indígena.

Leia mais: MPF recomenda que Pará assuma responsabilidade de escolas indígenas
Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Gustavo Gilona

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.