Polícia será reforçada nas ruas para endurecer isolamento social no AM

Reforço policial é para evitar aglomerações e a disseminação de Covid-19 no Estado. Foto: Divulgação

Por André Borges – Estadão Conteúdo

BRASÍLIA – O Estado do Amazonas, o primeiro que viu o seu sistema de saúde entrar em colapso por causa da disseminação da Covid-19, vai endurecer as regras de isolamento social nos próximos dias.

Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o governador Wilson Lima (PSC) disse que o cliente que entrar em qualquer estabelecimento comercial que esteja funcionando, como um supermercado ou uma farmácia, por exemplo, obrigatoriamente terá de usar máscara, ou o local terá de dar o item ao cliente, além de oferecer álcool em gel. Se não oferecer proteção, o lugar será multado. A autuação será fixada com pagamento de cestas básicas. “O cidadão não será proibido de sair na rua, mas o comércio que recebê-lo sem essas medidas de proteção vai ser multado”, disse Lima.

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Manaus, que vive o drama diário de não ter condições de receber e tratar doentes pelo novo Coronavírus, tem enterrado pessoas em trincheiras.

O Amazonas registrou oficialmente 4.801 casos de contaminação e 380 mortos. Wilson Lima disse ainda que o governo vai ampliar o patrulhamento. “Vamos colocar a polícia na rua com mais intensidade, não para coibir, mas para orientar as pessoas a ficarem em casa. A polícia também vai para as portas dos bancos fazer o distanciamento social das pessoas, que é algo que deveria ser uma obrigação do governo federal”, comentou.

Pouco apoio

O governador do Amazonas criticou a gestão Bolsonaro pelo “pouquíssimo apoio” que o Palácio do Planalto tem prestado ao Estado. “O governo federal tem ajudado pouquíssimo, é pouco demais diante do problema que a gente tem. Precisamos de mais ajuda. O Ministério da Saúde me garantiu até o fim do dia o que irão me encaminhar”, disse Lima.

Segundo o governador, é urgente o recebimento de pelo menos 100 profissionais, entre médicos, intensivistas e enfermeiros, além de cerca de 100 respiradores e equipamentos de proteção individual. “É o mínimo que precisamos para aguentar pelos próximos dez a 15 dias”, comentou.

Wilson Lima disse que, por enquanto, não vê necessidade de decretar o fechamento total (lockdown) de Manaus e que o acirramento das medidas de restrição de circulação deve ajudar. “Hoje eu devo ter uma perspectiva mais precisa de quando nós devemos ter o pico da doença. Estamos em uma situação bem complicada, mas não vislumbro a possibilidade de um lockdown. Vamos aumentar as medidas restritivas, faremos um realinhamento de medidas preventivas que nós já tomamos”, disse.

Relaxamento

Segundo o governador, apesar das medidas já tomadas de isolamento social, parte da população do Estado passou a descumprir as recomendações, o que tem potencializado as contaminações.

“O problema é que tem ainda muitas pessoas nas ruas, e não em razão de falta de medidas restritivas, mas por causa do próprio entendimento das pessoas, de que isso deve acontecer. O que houve foi um relaxamento das pessoas em cumprir o isolamento social”, afirmou. “Vamos para a rua com toda a nossa equipe, Polícia Militar, Civil, bombeiros, Fundação de Vigilância e Saúde, para orientar a população a ficar em casa.”

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