Policiais procuram atirador que deixou 22 mortos nos EUA
26 de outubro de 2023

Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS – Centenas de policiais foram mobilizados para as operações de busca, nesta quinta-feira, 26, pelo atirador que matou ao menos 22 pessoas na cidade de Lewiston, no estado do Maine, nos Estados Unidos. Autoridades impuseram um lockdown no município, enquanto o criminoso, que estaria armado e foi descrito como perigoso, continua foragido.

O massacre aconteceu na noite desta quarta (25) em um restaurante e em uma pista de boliche. Dezenas de pessoas foram feridas, e autoridades dizem que o número de mortes deve aumentar. A motivação dos crimes continua desconhecida.
A polícia de Lewiston publicou imagem do suspeito, Robert Card, 40. Ele aparece segurando o que parece ser um rifle de longo alcance, não incomum em massacres recentes no país. Segundo a rede CNN, que cita autoridades de segurança, o homem é reservista do Exército e instrutor de tiros certificado.
“Nossos hospitais não estão equipados para lidar com este tipo de tiroteio”, afirmou o vereador local Robert McCarthy, acrescentando que de 50 a 60 pessoas ficaram feridas. Lewiston é a segunda cidade mais populosa de Maine, com cerca de 38 mil pessoas, e está localizada a cerca de 800 km a nordeste de Washington. As autoridades pediram aos moradores que fiquem em suas casas.

O hospital Central Maine Medical Center afirmou que sua equipe estava “reagindo a um episódio de atirador em massa com múltiplas vítimas” e estava em contato e coordenação com outros hospitais da região para receber os pacientes.
O massacre, um dos mais letais no país nos últimos anos, entra para a lista de ataques recentes nos EUA, onde o acesso às armas é facilitado. Depois de ser informado sobre os crimes, o presidente americano, Joe Biden, saiu de um jantar em homenagem ao premiê australiano para entrar em contato com as autoridades do Maine e oferecer o apoio do governo federal, segundo a Casa Branca.
“Temos literalmente centenas de policiais trabalhando em todo o estado para investigar o caso e para localizar o senhor Card”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Maine, Mike Sauschuck. Agentes do FBI, a polícia federal americana, também participam das operações de busca.
As fotos divulgadas pela polícia mostram que o suspeito é um homem branco e de barba. Nas imagens, ele aparece com uma jaqueta marrom e uma calça azul, apontando uma arma. Sauschuck disse que a polícia encontrou uma caminhonete branca abandonada, que seria do criminoso, a pouco mais de 10 quilômetros de Lewiston.
O primeiro ataque aconteceu na pista de boliche, onde ao menos sete pessoas foram assassinadas. Justin Juray, proprietário do estabelecimento, afirma que havia cerca de 100 a 150 pessoas no local, incluindo 20 crianças, no momento em que o agressor entrou atirando com um rifle.
Depois, o criminoso foi ao restaurante. Testemunhas relatam ainda um tiroteio em um centro logístico de um supermercado, mas as autoridades não confirmaram a informação. “É uma situação devastadora. Nunca vivemos algo assim”, disse Cynthia Hunter, que mora em Lewiston desde 2012. As escolas públicas cancelaram as aulas nesta quinta.
A população do pequeno estado do Maine é pouco acostumado a ver muitos homicídios. Segundo dados do CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o estado registrou uma taxa de homicídios de 1,7 para cada 100 mil habitantes em 2021, o que fez do Maine a terceira menor taxa entre os 50 estados.
Com 22 mortes, o episódio desta quarta já soma mais óbitos do que em todo o ano de 2021 (20) e o total de mortes registradas em 2020 (21).O ataque também já é o mais mortal nos EUA desde ao menos agosto de 2019, quando um atirador abriu fogo em uma unidade do Walmart em El Paso, no Texas, matando 23 pessoas. O caso foi classificado como crime de ódio contra hispânicos, segundo o Gun Violence Archive.
Os EUA têm mais armas que habitantes: um a cada três adultos tem ao menos uma arma, e quase metade dos adultos mora em uma residência onde há uma arma. A consequência da proliferação é a taxa alta de mortes por armas de fogo, acima dos índices de outros países desenvolvidos.
Sem considerar os suicídios, mais de 15 mil pessoas morreram devido à violência com armas de fogo desde o início de 2023 no país. Os esforços para adotar leis mais severas de controle de armamentos esbarram na oposição dos republicanos, defensores ferrenhos do direito constitucional ao porte de armas. A paralisação política prossegue, apesar da indignação diante dos tiroteios recorrentes.
(*) Com informações da Folhapress