Políticos nortistas não apoiam proposta ‘independentista’ que planeja separar a Amazônia do Brasil

Movimento pela 'independência' da Amazônia encontra resistência total nos políticos da região(Reprodução/Divulgação)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Políticos do Norte, entrevistados pela reportagem da REVISTA CENARIUM sobre recente matéria publicada em que um grupo organizado denominado ‘Associação Cultural do Povos da Amazônia’ propõe “independência” da região em relação ao governo central.

Para o grupo, que inclusive possui bandeira, estatuto e objetivos bem definidos, estar atrelado ao Brasil só prejudica o desenvolvimento e a preservação da maior floresta tropical do mundo.

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Para o deputado federal pelo Amazonas, Marcelo Ramos (PL), a ideia não pode ser levada a sério. “Passamos por tantas dificuldades, tantas lutas, para criar um País unido, para criar uma unicidade de nação e aí me vem essa proposta que não pode ser levada a sério”, criticou o parlamentar.

Já a deputada estadual do Amazonas, Alessandra Câmpelo (MDB), também rechaçou a proposta. “Mesmo sem saber mais detalhes sobre isso, sou totalmente contrária. A proposta é inconstitucional! E isso é cláusula pétrea da Constituição Federal. Nem Emenda Constitucional pode mudar isso”, sentenciou.

Para Alessandra, as razões do movimento não são bem compreendidas. “Me parece mais uma retaliação ao resto do País do que uma proposta baseada em fatores culturais, sociais ou étnicos que nos colocassem à parte do resto do País. Nosso País é uno e inseparável. Não consigo levar a sério um movimento desses”, declarou a parlamentar.

Movimento independentista possui organização, estatuto social, bandeira e material de divulgação na internet (Reprodução/Internet)

Governo federal não ajuda…

Nascido no Rio Grande do Sul, mas amazonense de paixão e identidade, o deputado federal José Ricardo (PT) avalia que atualmente o povo da região Norte não tem muito o que comemorar com o governo Bolsonaro. “A gente lamenta que o governo federal está entregando as riquezas do País e o patrimônio estratégico para a iniciativa privada e também aos interesses estrangeiros”, criticou.

De acordo com o parlamentar, o entreguismo é marca do atual governo. “O governo falou em desenvolver a Amazônia com parcerias com os Estados Unidos, quer dizer, eles (os EUA) só têm interesses econômicos, de exploração, de retirada das riquezas, não de desenvolver o País”, denunciou.

Segundo o petista, é preciso outro direcionamento. “O Brasil tem que cuidar do Brasil, das fronteiras, da soberania, das riquezas em favor da população, do desenvolvimento que leva em consideração os direitos dos povos indígenas, povos ribeirinhos, povos tradicionais, cuidar das cidades, investir no saneamento, cuidar também da questão ambiental e da saúde da população. Essa é que tem que ser a prioridade”, estimulou.

“Temos que lutar pelo desenvolvimento da Amazônia, dividido, o País enfraquece”, atestou.

Separar não! Dividir sim…

Paraense de Santarém, o deputado estadual do Amazonas, Sinésio Campos (PT), é contra qualquer proposta de independência da região amazônica do restante do País, mas é patente sua luta para emancipar a região onde nasceu, no Pará. “Não concordo com o movimento separatista, porém, sempre fiz a defesa da criação do Estado do Tapajós tendo como capital Santarém”, defendeu o parlamentar.

Para Sinésio Campos, essa é uma luta que encontra eco e amparo nas populações do Oeste do Pará, que lutam para que seja criado o Estado do Tapajós, cuja capital seria Santarém. “Essa é uma luta centenária do povo do Tapajós”, acrescentou o deputado.

De acordo com ele, a proposta de dividir objetiva dinamizar recursos e otimizar a administração pública. “Dividir Estados da Amazônia para melhorar a governança e assegurar ao povo amazônida mais dignidade com políticas públicas com apelo social respeitando as nossas peculiaridades Amazônicas!”, inflamou.

Quanto à ideia de separar, ele foi taxativo. “Somos todos e todas filhos de uma só nação que se chama Brasil”, finalizou o deputado.

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