Por falta de recursos, 30 médicos pedem demissão em hospital na Amazônia colombiana

O Hospital San Rafael (HSR) é o único centro médico público, em um departamento de quase 66.000 habitantes - foto: divulgação

Da Revista Cenarium

MANAUS – Cerca de 30 médicos do único hospital público de Letícia, capital departamental do Amazonas, se demitiram ontem (20). Os profissionais argumentaram falta de garantias para atender pacientes com COVID-19 e se proteger de eventuais contágios.

O Hospital San Rafael (HSR) é o único centro médico público, em um departamento de quase 66.000 habitantes, fronteiriço com Peru e Brasil. Segundo uma carta dirigida ao diretor do hospital, doutor Roberto Sierra, os especialistas e médicos alegam não existem medidas de biossegurança capazes de mantê-los seguros para atender os pacientes com covid-19.

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Além disso, “Os especialistas e médicos gerais que assinaram a carta argumentam que “não existem medidas de biossegurança” para atender os pacientes com o novo coronavírus, e os profissionais não contam com os “insumos e equipamentos necessários para a correta e eficiente prestação de serviços”.

Segundo o texto, devido à ausência de protocolos claros ante a pandemia, foi “gerado caos em nível interno e contaminação para áreas que não atendem esse tipo de pacientes”. Além disso, os profissionais de saúde exigem “garantias de pagamento da prestação de serviços” médicos.

Acordo mútuo

Sierra, diretor do hospital, assegurou que “chegou-se a um acordo mútuo” entre o pessoal médico e o governo do Amazonas, razão pela qual “o pessoal de saúde voltará a suas funções”.

No entanto, os trabalhadores sanitários não se pronunciaram ainda sobre o reinício das atividades. A demissão em massa se soma a outros protestos do setor reivindicando contra a precariedade do sistema de saúde em meio à pandemia.

Nos últimos dias, os médicos colombianos também denunciaram discriminações e repúdios para acessar o transporte público, mercados e moradia por parte de pessoas que os consideram fontes de contágio.

O presidente Iván Duque diz que a proteção do pessoal de saúde exposto a um possível contágio no serviço de emergência é, antes de mais nada, responsabilidade de seus empregadores.

Para conter a expansão da doença, o governo decretou emergência sanitária e confinamento nacional, que vai vigorar a princípio até 11 de maio.

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