Por propagar fake news sobre as eleições, YouTube corta receita da Jovem Pan


23 de novembro de 2022
Por propagar fake news sobre as eleições, YouTube corta receita da Jovem Pan
Após a eleição, a Jovem Pan demitiu grandes nomes da casa (Reprodução)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O YouTube decidiu cortar a receita publicitária de todos os canais da Jovem Pan na plataforma de vídeos. O “Pingo nos Is”, programa mais popular da emissora, na internet, incorreu em “repetidas violações das políticas contra a desinformação em eleições e das diretrizes de conteúdo adequado para publicidade”, segundo nota da empresa divulgada nesta quarta-feira, 23.

Além de infringir as regras de desinformação do YouTube, que não permite conteúdos que aleguem fraudes nas eleições brasileiras de 2014, 2018 e 2022, a plataforma de vídeos do Google acrescenta que a emissora também violou normas relacionadas “a questões polêmicas e eventos sensíveis, atos perigosos ou nocivos, além de outras políticas de monetização”.

Procurada pela Folha, a Jovem Pan ainda não se manifestou. Como qualquer criador de conteúdo da rede, a empresa pode contestar a punição em até 30 dias.

A decisão do YouTube foi tomada por conta própria, devido à violação das regras da plataforma, independentemente de ação judicial. Ele não revela quais vídeos levaram à suspensão da receita, mas a emissora já teve uma série de publicações derrubadas. Um dos casos mais sensíveis foi a exibição de uma reportagem sobre estupro, sem tarja, sobre a imagem da vítima.

Com a decisão, a emissora perde receita, em especial, com o “Pingo nos Is”, que tem 5,4 milhões de seguidores, no YouTube, e se tornou o canal com viés de direita que mais cresceu no mandato de Jair Bolsonaro (PL) que, inclusive, recomendava o programa como fonte de notícias.

Segundo o YouTube, a desmonetização não impacta nas recomendações ou no alcance dos conteúdos, só na capacidade de receber dinheiro.

Durante a eleição, a Jovem Pan entrou no alvo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposto privilégio a Bolsonaro nas recomendações de vídeos. A ação, movida pela coligação do PT, ocorreu após a Folha divulgar um estudo do NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que mostrava que a plataforma indicava a Jovem Pan a usuários novos da rede.

Na campanha eleitoral, o TSE concedeu direito de resposta a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na emissora, e decidiu que a empresa não poderia usar inserções e manifestações dizendo que o petista mentia a respeito de ter sido inocentado pela Justiça. O caso levou o “Pingo nos Is” a ser exibido com uma tarja de “censura”.

Após a eleição, a Jovem Pan demitiu grandes nomes da casa, como Augusto Nunes, Caio Copolla, Carla Cecato e Guilherme Fiúza, entre os comentaristas mais populares em grupos de conversa pró-Bolsonaro. A ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel pediu demissão. Guga Noblat saiu por não endossar que a emissora foi alvo de censura no caso do PT.

(*) Com informações da Folhapress

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