Por um mundo mais justo

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” – Simone de Beauvoir

Hoje começo um novo desafio: escrever uma coluna semanal aqui na Revista Cenarium. Será um espaço aberto para debater os mais variados temas, especialmente o universo feminino relacionado à política, às causas sociais, às problemáticas da nossa cidade, do nosso Estado, enfim assuntos de interesse de todos na visão de uma jornalista, mulher, mãe que quer um mundo melhor com igualdade de gêneros, sem discriminação e sem violência. Luto, sim, por uma sociedade de oportunidades iguais para todos.

Segundo o Mapa Mulheres na Política, relatório da Organização das Nações Unidas, no ranking de representatividade feminina no legislativo, o Brasil ocupa hoje a posição 140 de 191 países pesquisados. São 77 deputadas em um total de 513 cadeiras na Câmara, e somente 12 senadoras entre os 81 eleitos. No Amazonas, apenas quatro mulheres nos representam na Assembleia Legislativa e o número se repete na Câmara Municipal. Isso só nos mostra que a nossa jovem democracia precisa dar saltos significativos para seu aperfeiçoamento.

O fato é que para mudar conceitos, culturas, distorções históricas, temos que evoluir, progredir e alterar profundamente as estruturas do poder. Numa sociedade governada basicamente por homens, teremos sempre uma sociedade machista. Não podemos admitir que a representatividade feminina no parlamento nacional seja de apenas 15%, quando somos mais da metade da população (52%).

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Quem acompanha a importância da luta das mulheres por direitos sabe o quanto essa discussão tem espaço nos dias atuais, muitas vezes não imagina quão recentes são algumas das conquistas para o gênero feminino do ponto de vista histórico, como o direito ao voto, conquistado a exatamente 89 anos.

Apesar dos avanços, as nossas lutas por igualdade de direitos ainda são reais e se refletem nos espaços de poder, onde comprovadamente os homens ainda ocupam a maioria absoluta dos cargos. A participação das mulheres na política é essencial para a garantia de direitos. Só assim conseguiremos ter direito a voz e igualdade.

Precisamos de leis que promovam a igualdade. E não conseguiremos isso com um parlamento desigual. Temos o desafio de mudar essa realidade e construir uma sociedade justa, mais igualitária possível, que reconheça a força e a importância da representação política de nós mulheres. E já podemos começar incentivando e apoiando futuras candidatas para que em 2022 possamos eleger um número mais significativo de mulheres, seja para o Congresso Nacional ou assembleias legislativas.

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(*)A autora é jornalista, especializada em comunicação política e jurídica. Ativista pelo Direito das Mulheres e combate às desigualdades. Bacharela em Direito

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