Bolsonaro atropela teto de gastos, regimento da Câmara e põe milícia digital para cima de Lula

O tempo urge para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que corre contra o tempo para recuperar os eleitores perdidos. Depois de atropelar a responsabilidade fiscal orçamentária e promover uma gastança geral com “PECs do Desespero”, ele volta as suas baterias para seu concorrente direto. Segundo a agência de monitoramento Torabit, no mês de junho, foi detectado um movimento incomum em menções negativas ao ex-presidente Lula. O levantamento apontou uma “orquestração digital” de apoiadores de Bolsonaro contra o rival. Lula concentrou 70% das menções, metade negativas, 3,6 a mais do que Bolsonaro. As milícias digitais estão a todo vapor.

PF insatisfeita

Associações de classe de delegados e agentes da Polícia Federal fazem circular nota em que criticam o governo federal por não ter cumprido a promessa de reestruturação de carreiras das forças de segurança. O presidente havia prometido que R$ 1,7 bilhão do Orçamento deste ano seria direcionado ao reajuste salarial para servidores da PF, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional. Não bastassem as ingerências de Bolsonaro na PF, com o afastamento de delegados que comandavam inquéritos contra familiares e aliados, e o vazamento ainda em investigação de informações sigilosas, o presidente, segundo a nota, “É a representação máxima do que esse governo significou para a segurança pública e seus servidores: descaso, desprestígio e desvalorização.”

Vice golpista

A mais recente reunião ministerial com Bolsonaro teve de tudo, menos cobrança de trabalho. Ele ordenou mais engajamento dos seus auxiliares na sua campanha à reeleição e cobrou doações. Reservadamente, o intuito era mesmo dar um “pito” nos seus ministros distantes da querela política. Seu vice, o general Walter Braga Neto, cumpriu seu papel na vanguarda da “ala autoritária”, distribuindo ordens a ministros, mesmo sem ter, hoje, cargo no governo. Dias antes, Braga Neto fez falas golpistas, no Rio, com ameaças de que “se não houver auditoria dos votos”…“não haverá eleição”. O PT já entrou com notícia-crime no MP por esta declaração do militar.

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Fiesp e Lula

Durante almoço de Lula com a Fiesp, a poderosa Federação das Indústrias de São Paulo- o que mais o ex-presidente ouviu do empresariado foram críticas contra o processo desgovernado de desindustrialização do País. Presidente da entidade, Josué Gomes da Silva é filho do ex-vice-presidente José Alencar, companheiro de governo de Lula. O ex-presidente foi convidado a voltar à Fiesp no dia 9 de agosto para um encontro mais amplo com setores representativos do empresariado, parte da agenda da entidade com os presidenciáveis. Outros, como Simone Tebet e Ciro Gomes, também serão convidados.

Sertanejos na mira

Depois da nata do empresariado, Lula também busca aproximação com o eleitorado das cidades do interior, onde o bolsonarismo predomina. Procura não só se chegar às lideranças do agronegócio como aos cantores sertanejos populares não alinhados ao presidente. O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) fez um requerimento de audiência pública na Câmara para debater as “formas e a importância do financiamento público via Lei Rouanet. Porém, Padilha deixou claro que o objetivo não é criminalizar nenhum segmento artístico, mas incluir todos, inclusive os sertanejos.

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