Povo guarani kaiowá denuncia na ONU incêndios de casas de reza indígenas

Jovem do Mato Grosso do Sul afirma que terras indígenas são alvo de igrejas evangélicas fundamentalistas (Povo Guarani Kaiowá)

Com informações do O Globo

SÃO PAULO – O povo Guarani Kaiowá denunciou ao Conselho de Direitos Humanos da ONU o aumento da violência por intolerância religiosa contra os indígenas no Mato Grosso do Sul. A denúncia foi feita pela jovem Tatiane Sanches durante o Diálogo Interativo com o relator especial da ONU sobre liberdade religiosa ou crença, Ahmed Shaheed, nesta quinta-feira, na 49ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, que será encerrada no dia 1º de abril.

O motivo são os incêndios criminosos a casas de reza, que se intensificaram nos últimos três anos. No ano passado, pelo menos sete casas de reza foram incendiadas no Mato Grosso do Sul. Uma das maiores do estado, na aldeia Jaguapiru, na reserva indígena de Dourados (MS), foi incendiada em julho de 2019.

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– Nossas famílias e líderes religiosos estão sendo perseguidos por religiosos pentecostais fundamentalistas, que violam nossos direitos, corpos, mentes e casas sagradas – disse a jovem.

Nas casas de reza são guardados objetos sagrados como o chiru, que é passado de geração em geração por séculos.

Tatiane afirmou que, a cada dia, mais igrejas evangélicas fundamentalistas invadem os territórios indígenas, num ato de extermínio cultural. Ela pediu ao relator que questione o Brasil sobre as ações tomadas para proteger as casas de reza e condenar atos cometidos por fundamentalistas contra a espiritualidade tradicional indígena.

A jovem é neta da rezadora Roberta Ximenes, 82 anos, do tekoha Jaguapiré, no município de Tacuru (MS). Em março de 2020, Roberta teve sua casa de reza destruída pelo fogo e afirma que o ato foi de intolerância religiosa.

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