Praias de Salinas no Pará: lixo e aglomeração de carros incomodam

Praia do Atalaia recebe cerca de 25 mil carros por dia, durante os finais de semana do mês de julho. (Foto: Danilo Alves)
Danilo Alves – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – Durante a temporada de veraneio no Pará, as praias do município de Salinópolis (distante 214 quilômetros de Belém) são as opções mais procuradas por turistas e pelos próprios moradores da cidade. Diferente de 2020, no auge da pandemia da Covid-19, o governo do Estado liberou esses locais para banho e começou a flexibilizar medidas de segurança. No entanto, frequentadores das praias parecem não respeitar as leis de distanciamento social e, principalmente, de limpeza do local. Mais de 40 toneladas de lixo já foram retiradas pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana em todo o município, em apenas dois finais de semana de julho.

Um vídeo que circulou nas redes sociais chamou atenção pelo cenário em que a praia do Atalaia, na região de Salinópolis, ficou após o último final de semana. Confira:

Um internauta postou este vídeo nas redes sociais denunciando o descaso. (Vídeo: Reprodução/Redes sociais)

As praias da região são os únicos lugares do Norte do Brasil onde os carros são liberados para circular na faixa de areia. Segundo o Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), cerca de 25 mil veículos disputam espaço durante os finais de semana do mês de julho. O congestionamento é inevitável, já que os 20 quilômetros de faixa de areia se transformam em via. Enquanto os turistas se divertiam, o cenário ao redor era de lixo amontoado pela areia.

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O dentista Marcelo Reis, 33, contou que cortou o pé com um caco de vidro de uma garrafa de cerveja, enquanto caminhava em direção a uma das barracas do Atalaia. Ele lamentou a falta de educação do banhista. Muitos deles não separam o próprio lixo e descartam os rejeitos na natureza. “É difícil mudar o pensamento desse povo. Nem com os pés na areia a gente pode ficar mais. Tem partes na praia que nem da para levar crianças”.

A pequena Marian, de 5 anos, filha da corretora de imóveis Giselle Palheiros, 36, foi trazida ao Atalaia pela primeira vez pela mãe. A própria criança reclamou da quantidade de lixo espalhado pela praia. “Não quero brincar aqui”, disse a menina.

O assunto aglomeração foi desconversado por diversos banhistas. Renata Ilhei, 44, por sua vez, afirmou que a família já está parcialmente vacinada e, como o Estado já se encontra em bandeiramento verde, se sente segura de levar as filhas de 5 e 9 anos para curtir a praia.

Cerca de 25 mil carros se concentram durante os finais de semana nas praias da região de Salinas, no interior do Pará.

“Cada um precisa fazer a sua parte em relação à pandemia. O Brasil já começou a melhorar os números e já podemos ter essa ‘brecha’. Em relação aos carros, acho que seja algo confortável. Nós podemos ficar próximos dos nossos pertences e sair de lá a hora que pudermos, apesar do congestionamento”, afirmou.

A permanência dos veículos só é permitida entre 6h e 22h. O Detran informou que realiza fiscalizações junto à Polícia Militar e o motorista pode ser multado em caso de descumprimento. Porém, muitos condutores não respeitam a regra.  Alguns condutores, devido ao horário de cheia da maré, esquecem do tempo e perdem os carros. Pelo menos três veículos já ficaram atolados e tiveram perda total nos últimos dois finais de semana de julho deste ano. O último caso ocorreu na praia do Farol Velho no domingo (18). Um carro modelo Jeep ficou destruído após maré.

A Secretaria de Limpeza Urbana de Salinópolis divulgou que realiza campanhas de conscientização sobre o descarte de resíduos nas praias da região, e que realiza limpeza diária nos balneários, retirando até 20 toneladas de lixo por final de semana.

Sobre a aglomeração de carros, a prefeitura de Salinópolis comunicou que está seguindo a orientação do governo do Estado e mantém o funcionamento das praias dentro das regras de proteção da Covid-19.

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