Prática de esportes fortalece direitos de jovens ribeirinhos da Amazônia


12 de julho de 2023
Prática de esportes fortalece direitos de jovens ribeirinhos da Amazônia
Times se enfrentaram no vôlei. (Marcela Leiros/Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Na Vila de Balbina, comunidade de Presidente Figueiredo, a 200 quilômetros por estrada de Manaus, capital do Amazonas, mais de 100 jovens ribeirinhos se reuniram, entre os dias 7 e 9 de julho, para competir na Olimpíada da Juventude da Floresta. O evento da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) teve o propósito de contribuir levando conhecimentos sobre direitos fundamentais, como esporte e lazer, a crianças e adolescentes. A equipe “Buritiana” foi a vencedora da competição.

Times masculinos de vôlei. (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

Os jovens participam do projeto Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhos da Amazônia (Dicara), desenvolvido em zonas rurais da região amazônica. Essa foi a primeira vez que a olimpíada foi realizada no município de Presidente Figueiredo, onde Balbina está localizada.

Torcida na Olimpíada da Juventude da Floresta (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

A gerente do programa “Educação para Sustentabilidade” da FAS que coordena o Dicara, Fabiana Cunha, explicou que o projeto oferece atividades para desenvolver habilidades e levar o conhecimento sobre os direitos das crianças e adolescentes. Ela defende que o esporte é uma ferramenta para transformar, mobilizar e engajar a juventude.

O projeto leva uma mensagem muito importante de que é possível todo mundo se envolver no fortalecimento e defesa dos direitos da criança e do adolescente, e que é possível ter atividades de qualidade nas comunidades“, afirmou, lembrando do aprendizado que fica nas localidades.

Então, para as comunidades, o legado que fica é que é possível envolver as crianças e os jovens para desenvolvê-los, e isso é possível em qualquer lugar, independente de onde eles estejam, se moram na cidade ou em uma comunidade rural“, concluiu.

Gerente do programa Educação para Sustentabilidade, Fabiana Cunha. (Marcela Leiros/Revista Cenarium)
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Envolvimento das comunidades

Além do esporte e lazer, os jovens também têm acesso a conhecimentos sobre outros direitos fundamentais, como assistência, saúde e educação, assim como temáticas complementares de cursos de informática, teclado, violão e corte de cabelo, por exemplo.

Corrida de saco na Olimpíada da Juventude da Floresta. (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

A educadora social Thais Soares, que lida diretamente com os jovens participantes do projeto em Presidente Figueiredo, explicou ser imprescindível a participação de todos os membros das comunidades no desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Esse evento é planejado há anos, desde que o projeto iniciou dentro do município, a gente já fala da olimpíada, porque a gente precisa ter uma parceria com o município, com a comunidade, com os professores e escolas, que acabam vindo conosco“, afirmou.

Educadora social Thais Soares. (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

Veja fotos da Olimpíada da Juventude da Floresta:

Competição

O evento iniciou na sexta-feira, 7, e encerrou no domingo, 9. Foram mais de 100 jovens, divididos em sete times com nomes característicos da região amazônica (Cupuaçu, Melancia, Waimiri-Atroari, Lagoa Azul, Açaí, Buritiana e Tucunaré). Eles disputaram, entre times femininos e masculinos, em sete modalidades (corrida de saco, salto em distância, corrida de 100 metros, queimada, voleibol, dama e futebol).

Time Melancia comemora vitória no vôlei. (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

Com a equipe Buritiana consagrada campeã, a Waimiri-Atroari ficou com segundo lugar e a Cupuaçu em terceiro. Todas ganharam medalhas e o primeiro lugar garantiu um troféu. A estudante Eyshilla Gabrielly, 15, moradora da Vila de Balbina, venceu, com a equipe feminina de vôlei do time Waimiri-Atroari, na modalidade vôlei. Ela afirmou, à CENARIUM, que o esporte tem impactado na vida dos jovens da vila.

O vôlei é algo muito incrível porque enquanto a bola estiver ali por cima, a gente dá um jeito de conseguir atacar ela pro outro time. Então, o esporte é algo que pode salvar a gente, porque somos jovens, focamos muito nos estudos, e sempre à noite queremos espairecer“, contou.

Luana Lindalva, 15, atleta do time Melancia, e que disputou as modalidades de vôlei, queimada, corrida de 100 metros e salto a distância, falou da ansiedade com os treinos para a competição e tinha expectativa de levar o troféu de campeã.

Está sendo uma oportunidade muito grande para gente do Ramal da Morena, para todos os ramais, até aqui para Vila de Balbina, porque a gente nunca teve uma olimpíada, pela primeira vez está acontecendo“, celebrou. “Foram duas semanas de treino, foi muito corrido, a gente não dormia direito pensando nos preparos e ansiosos“.

Estudante Luana Lindalva, do time Melancia. (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

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