Com prazo final batendo à porta, ‘Aliança pelo Brasil’ não tem assinaturas suficientes

Evento de lançamento do partido Aliança pelo Brasil, idealizado pelo presidente Jair Bolsonaro (Reprodução/ Twitter)

Com informações O Globo

SÃO PAULO – Faltando um mês para o prazo dado pelo presidente Jair Bolsonaro para a conclusão da coleta de assinaturas mínimas para a construção do Aliança pelo Brasil, os dirigentes da sigla já se conformam com a impossibilidade de cumpri-lo. O segundo-vice-presidente, o empresário Luís Felipe Belmonte, afirmou que o partido só sai no segundo semestre, no cenário mais otimista.

“O partido deverá estar registrado este ano. Caso aumente a velocidade da análise das fichas de apoiamento, esperamos que isso ocorra no início do segundo semestre”, afirmou.

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Sobre a avaliação de Bolsonaro de que vai precisar se filiar a outra legenda caso o Aliança não fique apto logo, Belmonte destacou que quanto ao prazo do presidente é uma avaliação política dele, que fará a opção que entender mais adequada.

A legenda está longe de atingir o número mínimo de apoios necessários, cerca de 492 mil. Até a última quarta-feira, havia somente 67 mil assinaturas validadas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou 13,6% do exigido.

Em janeiro, os dirigentes bateram a primeira meta para a obtenção de registro, uma quantidade mínima de assinaturas em nove unidades da federação, o que aliviou a cúpula. Internamente, o Aliança é tratado há algum tempo como um projeto de longo prazo, que servirá para concentrar a base de eleitores bolsonaristas e evitar que haja em 2024, na visão dos aliados do presidente, uma repetição das eleições municipais do ano passado.

Na noite da apuração do primeiro turno daquele pleito, quando os candidatos apoiados por Bolsonaro naufragavam sucessivamente em suas empreitadas eleitorais, o sentimento geral no grupo de WhatsApp do Aliança foi de um “choque de realidade”. Para deputados engajados no projeto, a direita bolsonarista não conseguiria se sobressair nas eleições municipais sem um partido próprio.

Um aliado de Bolsonaro, sob o anonimato, afirmou acreditar que a legenda não sai “nem para 2022”.

Enquanto isso, a cúpula preserva planos de manter a militância confiante e engajada. No próximo mês, os deputados Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, além da bancada bolsonarista do PSL na Assembleia Legislativa de São Paulo e outros parlamentares, vão marcar presença num evento na Avenida Paulista para acelerar coleta de assinaturas no estado (que ainda não bateu a meta mínima). O encontro deve servir também para motivar Bolsonaro.

“Estou otimista. A gente quer mostrar ao presidente que o Aliança cresceu muito no último mês, para ele ver nesse projeto uma coisa positiva. É um presente. Mesmo que não concorra (em 2022) pelo Aliança, o vice dele pode ser do Aliança”, disse Zambelli.

Bolsonaro, entretanto, conversa com o Patriota. Conforme O GLOBO mostrou, ele recebeu sexta-feira membros do conselho político da sigla e deve começar oficialmente as negociações para se filiar. A intenção de Bolsonaro e de seu grupo é controlar a legenda.

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