‘Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz’, declara Lula após morte de tesoureiro do PT
10 de julho de 2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Marlene Bergamo/FolhaPress)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou por meio das redes sociais a morte do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Marcelo Arruda, morto pelo agente penitenciário e apoiador do presidente Bolsonaro José da Rocha Guaranho enquanto comemorava o aniversário de 50 anos com a família e amigos, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
“Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa de aniversário tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha. Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia ainda maior”, escreveu. O pré-candidato à Presidência também prestou condolências à família do atirador.
“Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, ele não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz”, finalizou.
Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha.
Outros pré-candidatos à Presidência também lamentaram o ocorrido. Ciro Gomes (PDT) classificou a ação como “tragédia humana e política” e escreveu: “O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas. Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto as duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito”.
É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas.
Simone Tebet (MDB) teceu críticas quanto à polarização política e avaliou como ameaça à sociedade: “Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando. Tenho certeza que nós, brasileiros, temos todas as condições de encontrar um caminho de paz, harmonia, respeito, amor e dignidade humana suficientemente sólido para reconstruir o Brasil. Que o caso de Foz do Iguaçu faça soar o alerta definitivo. Não podemos admitir demonstrações de intolerância, ódio e violência política”, escreveu.
Adversário não é inimigo. Que o caso de Foz do Iguaçu/PR faça soar o alerta definitivo. Não podemos admitir demonstrações de intolerância, ódio e violência política. Me solidarizo com as famílias de ambos. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. +
“Inadmissível”, avaliou o pré-candidato pelo União Brasil, Luciano Bivar:
Inadimissível onde chegamos. Esta doença "política" contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina. Vejam a reportagem abaixo:https://t.co/byaJqV41G8
Conhecido por incitar a violência, o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), ainda não se pronunciou sobre a violência cometida por um de seus apoiadores que invadiu a festa gritando “Bolsonaro” e “mito”.
Violência
Em 2018, durante campanha eleitoral, Bolsonaro incitou violência contra membros do Partido dos Trabalhadores (PT) durante evento no Acre. “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre, hein? Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem de ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela, hein, galera? Vão ter de comer é capim mesmo”. Na ocasião, a assessoria do então candidato à Presidência, à época, classificou a atitude como sendo “uma brincadeira, como sempre”.
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