Preço do diesel segue em alta três semanas após isenção de impostos federais


22 de março de 2021
Preço do diesel segue em alta três semanas após isenção de impostos federais
Em 2021, a Petrobras já reajustou o diesel cinco vezes, com alta acumulada de 41% (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress)

Com informações da Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO – De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o litro do diesel foi vendido na semana passada por um preço médio de R$ 4,274, alta de 1% em relação à semana anterior e de 2,15% em quatro semanas.

O preço do óleo diesel nos postos brasileiros permaneceu em alta na semana passada, mesmo após a isenção de impostos federais sobre o combustível. Também beneficiado com isenção tributária, o gás de botijão ficou estável em relação à semana anterior.

O patamar atual é superior ao verificado antes da greve dos caminhoneiros em 2018, considerando a correção pela inflação. É inferior apenas ao período mais crítico da paralisação, quando os preços nos postos estavam inflacionados pela falta de produto.

No início do mês, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) anunciou a isenção temporária dos impostos federais sobre o diesel, o que representa um desconto de R$ 0,30 por litro mas o benefício foi engolido pela elevação de outras parcelas do preço final, como o próprio diesel, o biodiesel e os impostos estaduais.

Na mesma semana da isenção, o preço do diesel foi reajustado em R$ 0,15 por litro nas refinarias da Petrobras e o percentual obrigatório de biodiesel, mais caro, subiu de 12% para 13% da mistura vendida nos postos.

Na última segunda-feira, 15, um total de 18 Estados e o Distrito Federal elevaram o preço de referência para o cálculo do ICMS, colocando ainda mais pressão sobre o combustível. Os Estados alegam que apenas seguem o valor de bomba do produto, mas alguns governadores decidiram não repassar a alta.

A isenção dos impostos vale por 60 dias, enquanto o governo estuda uma alternativa para tentar suavizar o impacto das volatilidades internacionais sobre o preço dos combustíveis. Em 2021, a Petrobras já reajustou o diesel cinco vezes, com alta acumulada de 41%.

A escalada reflete o aumento das cotações internacionais do petróleo e a depreciação do real frente ao dólar. Insatisfeito com os aumentos, Bolsonaro anunciou em fevereiro mudança no comando da Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna.

Também beneficiado com isenção de impostos no início do mês, o botijão de gás foi vendido na semana passada a um preço médio de R$ 83,18, estável em relação aos R$ 83,34 da semana anterior. Nesse caso, um erro na edição do decreto do governo represou os repasses nos primeiros dias de isenção.

O decreto não especificava como seriam contabilizados os volumes retirados das refinarias para venda em botijões de 13 quilos, que são passíveis do benefício, e para venda em outros vasilhames. Sem conseguir fazer a separação nos primeiros dias, a Petrobras emitiu notas com o imposto.

A situação foi contornada em um primeiro momento em acordo da Petrobras com as distribuidoras e, na semana passada, a Receita Federal emitiu resolução regulamentando o tema. Ainda assim, os revendedores dizem que o preço do botijão foi elevado em até R$ 3,07 antes da isenção, que é de R$ 2,18.

De acordo com a ANP, a gasolina também permaneceu em alta na semana passada, com preço médio de R$ 5,592 por litro, 1,8% acima do praticado na semana anterior. Em 2021, o preço do produto nas refinarias foi elevado seis vezes, com alta acumulada de 54%, até o primeiro corte, de 5%, na sexta-feira, 19.

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