Prefeito de Macapá que atacou jornalista é alvo da PF por suspeita de fraude
Por: Adrisa De Góes
03 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – O prefeito de Macapá, capital do Amapá, Antônio Paulo de Oliveira Furlan (MDB), conhecido como Dr. Furlan, foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira, 3, por suspeita de fraude em licitação e desvio de recursos em obras do Hospital Geral de Macapá. A operação ocorre menos de três semanas após o político ter agredido um jornalista durante agenda oficial na unidade de saúde.
Segundo a PF, a operação, batizada de Paroxismo, apura um esquema criminoso que teria direcionado concorrência pública conduzida pela Secretaria Municipal de Saúde, em um contrato sob investigação, formalizado em maio de 2024, no valor de R$ 69,3 milhões. A PF aponta indícios de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e pagamento de propinas envolvendo agentes públicos e empresários. Um dos investigados teria sacado R$ 9 milhões em espécie.
“O grupo utilizava mecanismos de dissimulação patrimonial, incluindo entregas físicas de numerário e movimentações bancárias para ocultar a origem ilícita dos valores”, afirma a Polícia Federal em publicação no site oficial.

Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão na capital amapaense e em Belém, capital do Pará, cidade-sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). A Prefeitura de Macapá declarou, em nota, que aguarda a apuração dos fatos, confia na seriedade da Justiça e reforça estar à disposição para prestar esclarecimentos.
Agressão a jornalista
No último dia 17 de agosto, Dr. Furlan foi filmado agredindo um jornalista e um cinegrafista durante vistoria às obras do mesmo hospital investigado pela PF. Nas imagens, o prefeito aparece aplicando um “mata-leão” em um dos profissionais após ser questionado sobre o atraso da construção.
O caso gerou repercussão negativa no País e levou o prefeito a pedir desculpas públicas em vídeo, alegando que teria reagido a agressões contra servidoras municipais, o que não se confirmou em exames de corpo de delito. Os profissionais de imprensa negaram a versão, classificaram o episódio como um ataque à liberdade de expressão e denunciaram arbitrariedades na prisão deles pela Guarda Municipal.