Prefeito de Manaus bate recorde em rejeição com 57%, aponta Census
Por: Isabella Rabelo
25 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – A desaprovação à gestão do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), atingiu 57% em agosto de 2025, segundo levantamento do instituto Census — o maior índice desde o início do segundo mandato. O resultado confirma a tendência de crescimento da insatisfação popular, que passou de 45% em outubro de 2024 (AtlasIntel) para 52% em abril de 2025 (Direto ao Ponto), até alcançar o atual recorde.
Em menos de um ano, a rejeição ao prefeito de Manaus avançou 12 pontos percentuais e desenha uma curva ascendente de desgaste político. Os números refletem a desaprovação diante de áreas sensíveis, como infraestrutura e serviços públicos, além de episódios específicos que marcaram negativamente a gestão do atual chefe do Executivo municipal.

Na pesquisa Census, que registrou o aumento do descontentamento da população com a gestão de David Almeida, os entrevistados responderam à pergunta: “Qual a sua avaliação para a gestão do prefeito David Almeida até o momento?”. Segundo o levantamento, 33% avaliaram positivamente, 57% desaprovam e 10% não souberam opinar.
O levantamento foi realizado entre 20 e 22 de agosto de 2025, com 2 mil eleitores do Estado do Amazonas como público-alvo. O levantamento possui nível de confiabilidade de 95% e uma margem de erro máxima estimada de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Isso significa que, se fossem realizadas 100 entrevistas utilizando a mesma metodologia, 95 delas estariam dentro da margem de erro prevista.

Episódios que desgastaram Gestão David Almeida
Entre os episódios que desgastaram a atual gestão está a ida de David Almeida ao Caribe, em fevereiro, no período de fortes chuvas e alagamentos em Manaus. Inicialmente apresentada como um retiro espiritual, a viagem ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo da primeira-dama, Izabelle Fontenelle, dançando em uma festa de luxo em um clube na ilha de St. Barth. O caso gerou críticas e motivou o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) a investigar a possível utilização de recursos públicos na viagem.
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Outro ponto que gerou críticas foi a situação dos Distritos de Obras abandonados da Prefeitura de Manaus. Apesar de a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) ter movimentado mais de R$ 1 bilhão em 2024, os locais destinados ao planejamento e execução de projetos urbanos nos bairros, voltados a serviços básicos, como a prevenção de alagamentos, apresentam sinais evidentes de abandono. As áreas estão tomadas pela vegetação, com reformas inacabadas, falta de funcionários e veículos, além de equipamentos que aparentam estar enferrujados ou sucateados.
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Em junho deste ano, a morte da biomédica Giovana Ribeiro da Silva, de 29 anos e grávida de sete meses, provocou comoção em Manaus. Ela morreu em um acidente causado por um buraco aberto na Avenida Djalma Batista, Zona Centro-Sul da capital amazonense. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) indicaram que a depressão asfáltica foi determinante para o acidente. Após a repercussão do caso, a Prefeitura de Manaus realizou o reparo da via.
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A retirada de ambulantes no Centro, Zona Sul de Manaus, também gerou críticas à gestão de David Almeida. Guardas municipais e agentes da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc) fecharam à força um depósito utilizado por vendedores para guardar carrinhos de trabalho, resultando na apreensão das mercadorias e em confusão no local. Especialistas e trabalhadores autônomos criticaram a ação, classificando-a como uma forma de “limpeza social”.

A contratação de empréstimos pela Prefeitura de Manaus é motivo de questionamentos para a população. Sob a gestão de David Almeida, o município oficializou um financiamento de R$ 500 milhões junto ao Banco do Brasil, elevando o total da dívida municipal para R$ 2,2 bilhões. Os contratos recentes, publicados no Diário Oficial do Município (DOM), indicam que 52% do valor foram obtidos junto a bancos nacionais, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. O montante é quase três vezes superior ao registrado por outras capitais da região, como Belém, no mesmo período.