Prefeito de Manaus oficializa empréstimo de R$ 500 milhões; dívidas somam R$ 2,2 bilhões
Por: Adrisa De Góes
20 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – A Prefeitura de Manaus, sob comando de David Almeida (Avante), oficializou a contratação de um empréstimo de R$ 500 milhões junto ao Banco do Brasil, elevando a soma das dívidas contratadas pela atual gestão para R$ 2,250 bilhões. O extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM), na segunda-feira, 18.

No documento, a Prefeitura ressalta que a quitação ocorrerá em um prazo de dez anos. Ao solicitar a operação de crédito, o prefeito argumentou que os recursos seriam destinados à redução de débitos já existentes e ao fortalecimento do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano. A contratação foi requerida em maio deste ano, com aval da União.
Na gestão de David Almeida, eleito em 2020 e reeleito em 2024, Manaus contraiu R$ 2,250 bilhões em empréstimos, quase três vezes mais que os R$ 773 milhões obtidos pela capital paraense, Belém, no mesmo período. Entre os financiamentos recentes, 52% foram contratados junto a bancos nacionais, incluindo Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Em abril deste ano, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou a operação em regime de urgência, decisão que gerou críticas por parte de especialistas e vereadores, por conta da rapidez na tramitação e à escassez de informações detalhadas sobre o contrato.
A CENARIUM solicitou nota à Prefeitura de Manaus para obter esclarecimentos sobre os detalhes do novo empréstimo de R$ 500 milhões, incluindo o impacto da operação nas contas públicas e em quais obras e projetos os recursos serão aplicados.
Dívidas
Além dos empréstimos, a Prefeitura acumula R$ 332 milhões em parcelamentos previdenciários, R$ 23,7 milhões em precatórios e R$ 1,7 bilhão em dívidas não contratuais, segundo dados do Sistema de Administração da Dívida Ativa e Passivos Municipais (Sadipem). A Lei Orçamentária Anual de 2025 estima que Manaus gastará R$ 352,7 milhões apenas com juros para postergar pagamentos dessas obrigações.
Anualmente, cerca de R$ 12 bilhões deixam de compor o orçamento municipal entre dívidas ativas — impostos e taxas não pagos — e renúncias fiscais, que representam recursos deixados de arrecadar para estimular setores econômicos.