Prefeito do interior do AM cancela festa de Réveillon, após ação do Ministério Público

Prefeito Anderson Souza (dir.) ao lado do vice José Dantas Neto (esq.) anunciam cancelamento da festa de Réveillon (Reprodução/ Internet)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O prefeito de Rio Preto da Eva (a 79 quilômetros de Manaus), Anderson Souza (PP), cancelou, nessa segunda-feira, 28, a Marcha Para Jesus e a festa de Réveillon que estavam programadas para acontecer no dia 31, mesmo com o decreto governamental suspendendo eventos que promovam aglomerações no Estado. Entre as atrações para a festa de Ano-Novo, estavam músicos regionais como cantor sertanejo Guto Lima.

Nesse fim de semana, o Ministério Público do Amazonas (MPAM), por intermédio do promotor de Justiça plantonista Vivaldo Castro de Souza, ajuizou uma Ação Civil Pública com objetivo de fazer a Justiça proibir a realização dos eventos Marcha para Jesus e o Réveillon, anunciados pela Prefeitura de Rio Preto da Eva para o dia 31 de dezembro.

PUBLICIDADE

Os eventos, segundo o MP, incentivam aglomerações e vão de encontro à situação de agravamento dos casos de covid-19 em todo o Estado. Na manhã dessa segunda-feira, 28, o juiz Carlos Jardim, deu o prazo de 24 horas para que a Prefeitura local se manifestasse sobre o caso.

Ainda na segunda-feira, 28, a REVISTA CENARIUM noticiou que apesar da maioria dos hospitais públicos e particulares de Manaus atuarem com cerca de 100% da capacidade máxima, com o aumento de internações e mortes decorrentes da Covid-19, Anderson Souza havia anunciado a festa de Réveillon.

Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado do vice-prefeito José Dantas Neto (PSDB), Anderson Souza voltou a citar o baixo número de contaminações e internações em Rio Preto da Eva. “Resolvemos fazer alguns ajustes em nosso decreto para que a população possa entender este momento em que está vivendo o Estado do Amazonas. Não queremos, em nenhum momento, contribuir para a proliferação do vírus dentro do Estado, mas também não vamos deixar a nossa população ficar desempregada”, disse o prefeito.

O prefeito destacou três pontos que serão reajustados no novo decreto da prefeitura. “O primeiro, iremos retirar a questão dos dois eventos; iremos colocar manutenção nos horários dos nossos bares e restaurantes; estaremos dando o toque de recolher à meia-noite, não iremos permitir nenhum evento em massa para evitar com que as pessoas venham de Manaus e fiquem em grupos aqui em reunião, em festas”, anunciou.

Segundo o gestor, o toque de recolher será decretado nos horários de 0h até às 6h. O prefeito, no entanto, não informou o período em que a medida ficará em vigor. O decreto deve ser publicado nesta quarta-feira, 30, no Diário Oficial dos Municípios (DOM).

Anderson Souza citou, também, um pronunciamento do presidente Bolsonaro dessa segunda-feira, 28, sobre o fim do auxílio emergencial às famílias, a partir de 31 de dezembro deste ano, e a necessidade de manter atividades econômicas em funcionamento, mas preservando a vida das pessoas.

“O MP tem conversado conosco, entrou com pedido junto a comarca, para que o mesmo pudesse fazer uma liminar pedindo a suspensão do evento. Sabemos que cada município vive a sua realidade e nós apresentamos a nossa defesa nas últimas 24 horas. Ontem mesmo [28] já apresentamos todo o motivo que nos levava a fazer o evento e poderíamos até continuar, mas entendemos que Manaus, em função de não estar tendo eventos e uma série de atividades, vão vir para Rio Preto e poderão justamente contaminar e haver uma contaminação em massa”, continuou Souza.

O prefeito criticou, ainda, eventos realizados em outros municípios e disse que, em um outro momento, irá realizar sim a ‘Marcha para Jesus para ‘glorificar a Deus’. “Era um momento importante, uma caminhada. Da mesma forma que fizemos, antes de ontem teve evento em Manacapuru com mais de cinco mil pessoas; ontem teve em Coari caminhadas com candidatos com duas mil pessoas. Então, se está havendo em outros locais, nós poderíamos fazer aqui e eu acredito que Rio Preto tenha uma estrutura de saúde dez vezes maior que esses municípios”, criticou.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.