Presidente da Amazonprev promete diminuir burocracia no órgão
Por: Izaías Godinho
12 de maio de 2025
MANAUS (AM) – O novo diretor-presidente da Fundação Fundo Previdenciário do Estado do Amazonas (Amazonprev), Evilázio Nascimento, afirmou, nesta segunda-feira, 12, que vai priorizar a diminuição da burocracia para que os servidores do Amazonas possam se aposentar, trazendo a Junta Médica do Estado para a sede do órgão, localizada no Centro de Manaus.
Em entrevista à CENARIUM, a autoridade também destacou que a fundação deve priorizar a propagação de informações corretas sobre os direitos previdenciários, na capital e em municípios do interior do Estado, para evitar que a população caia em golpes relacionados à aposentadoria.
Evilázio Nascimento é irmão do presidente estadual do Partido Liberal (PL), o ex-senador Alfredo Nascimento, e foi nomeado para o cargo em 5 de maio de 2025. À frente da fundação, ele terá como desafio administrar mais de R$ 3 bilhões em benefícios previdenciários, pagos anualmente pelo Governo do Amazonas, por meio da Amazonprev. Acompanhe a entrevista:

RC – Recém nomeado, qual será a sua prioridade à frente da Amazonprev?
EN – Hoje em dia não tem atendimento médico e nem Junta Médica na Amazonprev. Não terá atendimento médico aqui [Amazonprev], mas a Junta Médica é imprescindível para diminuir o tempo de espera dessas pessoas para se aposentarem. Porque elas vêm aqui, dão entrada nos documentos necessários e, aquelas que têm problemas de saúde, e dependem da Junta Médica para dizer se elas podem ou não se aposentar, gastam muito tempo para conseguir isso. Uma das nossas metas é trazer a Junta Médica para cortar esse processo.
RC – O senhor teve uma passagem breve como secretário-executivo na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), onde ficou por quatro meses. Como surgiu o convite do governador Wilson Lima (União) para que o senhor assumisse a Amazonprev?
EN – Já existia por parte do governador a necessidade de trabalharmos com a terceira idade, com as pessoas com deficiência (PcDs), por conta da minha origem política. Eu sempre me voltei a essas questões. Quando o Alfredo [Nascimento] foi prefeito de Manaus, eu o vi se voltar muito para isso (…) E quando se falou em humanizar o atendimento a essas pessoas na Amazonprev, evidentemente, que o governador viu no Alfredo um espelho. E por eu já ter sido deputado e tratado muito disso, e ter criado boas leis em favor dessas pessoas, casou. Num primeiro momento fui para Sejusc auxiliar a Jussara Pedrosa [titular da pasta], a criar a secretaria para PcDs, que foi criada lá dentro, e foi quando surgiu a Amazonprev. Eu recebi isso com muito prazer, porque aqui nós também vamos cuidar disso.
RC – O governo do Estado paga anualmente recursos na ordem de R$ 3 bilhões aos aposentados. Depois do rombo bilionário que houve no INSS, os proventos dos beneficiários do Amazonas estão protegidos?
EN – Os recursos dos aposentados do Amazonas estão protegidos. Mas correr risco, todos os aposentados correm, e nisso entra a nossa atuação. Temos a nossa lei e o nosso teto para empréstimos consignados, além dos bancos que realizam serviços à Previdência Social. Daremos assistência à população, no sentido de prevenir golpes, por meio do nosso jurídico e também por cartilhas. A maioria das pessoas caem em golpes por falta de informação ou necessidade.

RC – A Amazonprev vai reforçar o atendimento à população do Estado que vive no interior?
EN – Criamos aqui um programa chamado “Amazonprev itinerante”, onde vamos viajar todos o municípios do Amazonas, para levar informações para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Se as dificuldades que existem no município de Ipixuna (AM) forem as mesmas que existirem em Manacapuru (AM), ou qualquer outra cidade, nos colocaremos à disposição dessas pessoas para tentar ajudá-las, no que se refere aos documentos, avaliação médica, e tudo o que for necessário fazer para facilitar a vida dessas pessoas, e tentar evitar com que elas venham para a capital resolver questões previdenciárias. Humanizar é isso.
RC – E como essas assistências vão funcionar no interior?
EN – Estamos criando um grupo de força-tarefa composto por advogados. Vamos levar o atendimento em forma de palestra e uma equipe para dar atendimento à população. Ainda não posso dizer os critérios que serão utilizados, mas vamos ter uma equipe de advogados e se for preciso montaremos essa equipe com estagiários.

RC – Há um cronograma para a implementação dessas medidas?
EN – Não há mais tempo. Tudo o que eu falei, [sobre implementação] é “para ontem”. Já vim com isso em mente e encontrei uma equipe de muito boa vontade. Que ao invés de embargar os trabalhos, abriu os cadernos e apontou as direções. Não posso te precisar ao certo quanto tempo, mas posso dizer que é “para ontem”. Para fazer implementações é necessário ajustar a lei. Leva um tempinho, mas não vai demorar muito, porque há vontade política para isso. Quando existe a vontade do governador, as coisas ficam bem mais fáceis.
RC – Então o senhor vai estar em contato direto com os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado para realizar essas implementações?
EN – Depois disso definido, faremos uma audiência pública com todos os previdenciários e associações sobre os direitos estabelecidos na Amazonprev. Hoje nós estamos vivendo um momento adverso em relação à enganação entorno da Previdência Social. São sindicatos e uma série de pessoas oportunistas que utilizam a necessidade das pessoas que, por falta de conhecimento ou por necessidade, se deixam enganar. Mas temos uma equipe muito boa aqui de juristas, de bons advogados, sob a liderança do doutor Fábio Sanches [gerente jurídico da Amazonprev], que vão atuar para não deixar essas pessoas se deixarem enganar.