Presidente da Anvisa critica fala de Bolsonaro: ‘Vacinas não causam doenças’

Presidente da Anvisa Antônio Barra Torres. (Divulgação/ EBC)

Luís Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em resposta à última live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), onde associava a vacina da Covid-19 à Aids, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, informou, durante a abertura da 21ª reunião Ordinária da Anvisa, que todas as vacinas aprovadas pela agência reguladora são seguras e não causam doenças.

“As vacinas que estão em uso no Brasil, analisadas e aprovadas pela Anvisa para o enfrentamento da Covid-19, são vacinas que têm objetivos. O melhor, o ideal deles, é prevenir que a Covid-19 se instale naquela pessoa”, pontuou Torres.

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Atualmente, existem quatro formas para uma vacina contra Covid-19 ser disponibilizada no País: registro, uso emergencial, importação excepcional ou pelo consórcio Covax Facility.

Os estudos clínicos de vacinas são conduzidos pelos laboratórios farmacêuticos e instituições de pesquisa. Como agência reguladora, o papel da Anvisa é definir a regulamentação do setor e avaliar os processos e dados recebidos, do ponto de vista de sua comprovação de qualidade, eficácia e segurança.

Banimento

Por conta das declarações, Jair Bolsonaro teve o seu canal no YouTube suspenso, temporariamente, após o presidente ter feito a associação. Dias antes, as plataformas Facebook e Instagram também retiraram a transmissão do presidente das redes sociais. Bolsonaro afirmou que não irá recuperar o seu canal e que fará lives impressas daqui para frente.

Outras críticas

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou, nessa terça-feira, 26, a declaração do presidente e disse que é preciso enfrentar a desinformação. “Sobretudo quando ela oferece risco para a democracia ou para a saúde, como exemplo ocorrido de ontem para hoje no Brasil. Diz respeito à supressão da live, da manifestação de autoridade pública, que dizia que a vacinação oferecia o risco de contaminação pela Aids”, disse Barroso.

A Associação Médica Brasileira (AMB) classificou como “inaceitável” a mais recente mentira de Jair Bolsonaro sobre as vacinas contra a Covid-19. “Já são, no mínimo, centenas as inverdades sobre o SARS-CoV-2 alardeadas no Brasil por autoridades, cujo papel deveria se resguardar e não expor a população a riscos”.

Além das autoridades de saúde, o presidente venezuelano Nicolas Maduro chamou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “imbecil” por ter associado a vacinação contra a Covid-19 com a Aids.

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