Presidente da CBF diz que mandou parar produção de camisa vermelha da Seleção
Por: Jadson Lima
21 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, afirmou que pediu à Nike que interrompesse a produção da camisa vermelha da Seleção Brasileira em uma “reunião urgente”. O pedido foi feito após ele assumir o comando da entidade, em maio deste ano, em meio ao debate público envolvendo o novo uniforme que seria usado na Copa do Mundo de 2026.
Em abril de 2025, um site especializado em vazamento de coleções esportivas veiculou a possibilidade de um uniforme vermelho para a Seleção Brasileira. Na época, a CBF afirmou que “a nova coleção de uniformes para o Mundial ainda” seria “definida em conjunto com a Nike“. Em seguida, Xaud proibiu a produção da vestimenta por “patriotismo”, segundo afirmou durante uma entrevista no canal Sportv.
“Realmente estava em produção. Fiz uma reunião urgente com a Nike, pedi que parasse a produção […] Fui contra a cor vermelha. Não por ideologia política, mas por patriotismo que tenho à bandeira”, disse o presidente da CBF, na última terça-feira, 19.

Samir Xaud também revelou que o pedido foi atendido pela Nike. De acordo com o dirigente, a empresa compreendeu os argumentos apresentados e iniciou imediatamente a produção de uma nova camisa reserva, na cor azul. A justificativa, segundo o presidente da CBF, está relacionada ao alinhamento do uniforme com as cores da bandeira nacional.
“A Nike entendeu o motivo. Começaram em seguida a produção da nova camisa. Posso falar que está muito bonita”, afirmou. O presidente da CBF pontuou, ainda, que futebol e política devem caminhar separados para “não interferir na seleção” e defendeu o uso da camiseta amarela “pelo futebol, não pela política”.

“Essas discussões políticas não podem entrar em campo ou interferir na seleção brasileira. Antes dessa questão política, da camisa vermelha, todos vestiam amarelo. Temos que resgatar o torcedor pelo futebol, não pela política”, destacou o dirigente.
Rejeição
Em abril, a possibilidade da alteração de cor enfrentou forte rejeição entre internautas, com alguns associando a escolha ao Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parlamentares de direita manifestaram-se, nas redes sociais, contra a possível mudança.
Senadores e deputados, principalmente do PL, como Flávio Bolsonaro e Nikolas Ferreira, publicaram críticas à ideia. Flávio Bolsonaro disse que a alteração seria “uma afronta” e que “nossa bandeira não é vermelha”. Carla Zambelli questionou por que a CBF “não coloca logo uma estrela do PT” na camisa.