Presidente do STF visita terra indígena com mais isolados do planeta
Por: Jadson Lima
22 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, cumpriu agenda oficial, nesta sexta-feira, 22, no Vale do Javari, em Atalaia do Norte (AM), a 1.138 quilômetros de Manaus. A região concentra o maior número de povos indígenas isolados do mundo e enfrenta desafios relacionados à proteção territorial, presença do crime organizado e conflitos fundiários.
A agenda oficial incluiu um sobrevoo sobre a Terra Indígena até a Aldeia Txexe Wassa, onde Barroso se reuniu com lideranças do povo Matis. Em seguida, participou de um ato na Câmara Municipal de Atalaia do Norte, que contou com a presença de representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Durante o encontro, foram apresentadas reivindicações ligadas à segurança das comunidades e à execução de políticas públicas de proteção à região.

“O Alto é uma região importante para o Brasil e para o Poder Judiciário, porque é uma região de importante preservação ambiental da floresta amazônica, que é uma das causas importantes pelas quais eu me bato. É uma região onde há, ainda, problemas fundiários que precisam ser solucionados e preocupações com o crime organizado. Há muitas motivações para visitar essa região para ajudar com soluções”, afirmou Barroso.
Também integraram a comitiva o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, e o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Jomar Fernandes. Após a passagem por Atalaia do Norte, o grupo seguiu para Tabatinga (AM0, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.

Para Bushe Matis, coordenador da Univaja, a presença das autoridades do Judiciário no território representa um marco. “Este foi um momento histórico e de grande relevância para os povos do Vale do Javari. A visita reforça a necessidade de visibilidade e apoio às comunidades que protegem essa região, muitas vezes esquecida pelo Estado”, declarou.
A programação fez parte de uma iniciativa do CNJ para aproximar o sistema de Justiça das populações indígenas e compreender de forma mais direta os entraves jurídicos e sociais vividos na região do Alto Solimões.