‘Presidente não entra em conversa furada de corrupção’, diz Guedes em defesa de Bolsonaro

Ele admitiu, porém, que “tem sempre gente querendo fazer coisa errada” em governos (Washington Costa/Ministério da Economia)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – Num momento em que a CPI da Covid-19 do Senado apura denúncias de corrupção envolvendo a compra de vacinas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro.

Em conversa transmitida nas redes sociais do empresário Abílio Diniz nesta quinta-feira, Guedes afirmou que Bolsonaro “não entra em conversa furada de corrupção”. Ele admitiu, porém, que “tem sempre gente querendo fazer coisa errada” em governos.

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“Como eu estou aqui dentro e estou vendo a determinação do presidente… O presidente não entra em conversa furada de corrupção, não dá nem espaço para esse tipo de conversa. Quando eu vejo uma coisa dessa eu até acho bom se pegarem uma coisa errada. Tá bom, pega logo e vamos tirar”, disse o ministro.

Guedes falou que as denúncias não atingirão o presidente pois o que não é “republicano” não entra na pauta. “Mas eu tenho certeza que em nenhum momento isso vai atingir o presidente. Eu conheço a conduta dele aqui. Eu estou vendo a conduta dele numa base diária. Não existe conversa torta. Não existe nem espaço para abrir uma conversa torta. O que não é republicano não entra na pauta, não chega perto”, afirmou.

O ministro disse, porém, que “muita gente” tenta fazer negócio em torno do governo. “Agora, tem muita gente tentando sempre fazer negócio em volta de governo. Tem gente o tempo inteiro entrando pela janela, pela chaminé, embaixo do tapete. Tem sempre gente querendo fazer coisa errada”, afirmou.

Guedes deu as declarações ao comparar o andamento das reformas na Câmara e no Senado. “A CPI (da Covid-19) está entupindo o trabalho do Senado. O Senado invés de estar dedicado às reformas está resolvendo o problema em si da vacina, da compra de vacina, etc”, afirmou.

Para o ministro, a CPI da Covid é um “perde-perde” e o Brasil está “antecipando o ciclo eleitoral”. O “ganha-ganha”, disse, é o avanço da vacinação contra o coronavírus e a aprovação de reformas. Ele elogiou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e, nesse contexto, citou a CPI da Covid.

— A Câmara dos Deputados está sendo muito bem conduzida pelo deputado Arthur Lira, porque ele abraçou a pauta de reformas, está avançando em alta velocidade. O Senado é reformista também, mas está um pouco embaralhado porque tem essa CPI. Resultado: aquilo ali vira um perde-perde — disse Guedes.

O ministro reforçou. “Um chama o (outro) de bandido, o outro chama o outro de estar matando gente. Quer dizer, é um perde-perde enorme”, disse.

Paulo Guedes voltou a comparar a CPI a um tribunal de guerra com a guerra em andamento, como já fizera em entrevista ao GLOBO publicada em maio.

“Eu não vou me meter na política, mas eu sempre dizia que tanto para distribuir medalhas, ou seja, para dar aumentos de salários para funcionalismo em geral, quanto para apurar culpa, que é o tribunal de guerra, primeiro você espera a guerra acabar. Nós estamos em pleno combate à pandemia. Você precisa acabar a guerra. Quando acabar a guerra você dá medalha para quem trabalhou direito e dá punição no tribunal de guerra para quem cometeu crime de guerra”, considerou.

Para o ministro, isso está ocorrendo por conta das eleições presidenciais do próximo ano. “Nós estamos um pouco apressados. Talvez pelo problema da eleição. Nós estamos antecipando o ciclo eleitoral. Isso não é muito bom pro país. Melhor que o país é o ganha-ganha, da vacina e das reformas”, acrescentou.

Questionado sobre sobre sua disposição para o trabalho e vontade de seguir, Guedes diz que se sentiria frustrado caso não concluísse o trabalho.

“Eu me sentiria muito frustrado se nós não conseguíssemos terminar o mandato, porque eu ficaria convencido de que no Brasil a democracia é um saci-pererê: só vale quando a esquerda está no poder. Isso fragiliza muito a sociedade”, observou.

E acrescentou “Enquanto nós estivermos nos comportando dentro do que é correto, eu encontro energia (para permanecer no cargo)”, disse.

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