Preso na ‘Maus Caminhos’, ex-governador do AM é um dos principais apoiadores de Amazonino Mendes
07 de maio de 2022
"Juntos mais uma vez", disse Melo em apoio ao pré-candidato Amazonino Mendes (Reprodução/Instagram José Melo)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – O ex-governador José Melo (Pros), preso em 2017 na ‘Operação Maus Caminhos’, por desvio de verbas e fraudes na saúde do Amazonas, esteve em evento de apoio à pré-candidatura de Amazonino Mendes (Cidadania) para o Governo do Estado, realizado na manhã deste sábado, 7, no Rancho Sertanejo, localizado na Zona Centro-Sul de Manaus.
Durante quase toda a cerimônia, Melo acompanhou, direto do palco, o lançamento da pré-candidatura e chegou a aparecer ao lado de Amazonino por alguns momentos. Nas redes sociais, o ex-governador publicou fotos ao lado do pré-candidato, registrando apoio a Amazonino escrevendo: “Juntos mais uma vez (…) Juntos pelo mesmo propósito que é um Amazonas melhor para todos”, reforçou. Vale lembrar que Melo é pré-candidato a deputado estadual.
Durante quase toda a cerimônia, Melo acompanhou direto do palco o lançamento da pré-candidatura de Amazonino (Reprodução/Instagram José Melo)
Amazonino também publicou uma série de fotos do evento e chegou a republicar stories de apoiadores que estavam no local acompanhando o lançamento. Em nenhum dos trechos publicados ele faz menção direta à presença de José Melo. O pré-candidato postou texto agradecendo a presença de Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, do deputado Luiz Carlos, representando o presidente nacional do PSDB e do pré-candidato ao senado Arthur Virgílio Neto.
“Inesquecível. Essa é a palavra para descrever o dia de hoje”, postou o pré-candidato ao Governo do AM (Reprodução/Internet)
‘Maus Caminhos’
O ex-governador foi preso na 3ª fase da ‘Operação Maus Caminhos’, em fevereiro de 2018, junto com a esposa Edilene Gonçalves e duas funcionárias da Secretaria de Estado em Saúde – antiga SUSAM, agora SES -, por pagamentos recorrentes de propina e troca direta de favores financiados por Mouhamad Moustafa, médico também preso à época.
O caso é considerado um dos maiores escândalos de corrupção do Amazonas, pelo MPF, tendo o maior número de fases e desdobramentos que qualquer outra operação realizada pelo órgão no Estado.
O ex-governador José Melo (Pros), preso em 2017 na ‘Operação Maus Caminhos’ (Reprodução/Jair Araújo)
De acordo com os números do Ministério Público Federal (MPF), foram 80 pessoas processadas civil e criminalmente, 58 mandados de prisão cumpridos, 17 prisões preventivas e 41 prisões temporárias. O valor preciso dos desvios praticados pela organização criminosa não foi definido pelo MPF, pois, segundo eles, ainda existem investigações em aberto, mas estima-se que ultrapasse a casa dos R$ 100 milhões de prejuízo aos cofres públicos.
No próprio site do Ministério Público é possível acessaruma linha do tempopara entender de modo mais detalhado o caso.
Imagens divulgadas pelo Ministério Público Federal (Reprodução/MPF)
Compra de votos
Um ano antes de ser preso na ‘Operação Maus Caminhos’, José Melo teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por compra de votos na campanha de sua reeleição a governador do Estado. Ele e o vice José Henrique de Oliveira foram multados em R$ 53 milhões.
Melo também foi réu em uma ação de improbidade administrativa, por suspeita de fraude em contrato de R$ 1 milhão do Governo do Amazonas, firmado com a ANS&D (Agência Nacional de Segurança e Defesa), para serviços de monitoramento em tempo real móvel da Copa do Mundo de 2014, mas foi absolvido da acusação em 2021.
Liberação da tornozeleira
Melo e a esposa Edilene utilizaram tornozeleira de monitoramento eletrônico entre maio de 2018 e junho de 2021, quando a juíza Patrícia Macêdo de Campos, da 8ª Vara Criminal de Manaus, pediu a retirada do dispositivo alegando constrangimento. A defesa do casal pedia, desde 2018, a liberação do monitoramento e o pagamento de fiança.
O pré-candidato a deputado estadual se tornará elegível em outubro deste ano, após o fim de sua punição de 8 anos sem poder participar de eleições, por abuso de poder político e econômico no pleito de 2014.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.