‘Preta do cabelo duro’, diz Antonia Fontenelle sobre deputada Erika Hilton


Por: Ana Pastana

19 de julho de 2025
‘Preta do cabelo duro’, diz Antonia Fontenelle sobre deputada Erika Hilton
Antonia Fontenelle e Erika Hilton (Fotos: Reprodução/YouTube; Reprodução/Agência Senado | Composição: Lucas Oliveira/Cenarium)

MANAUS (AM) – A apresentadora Antonia Fontenelle proferiu, durante live em seu canal no YouTube, comentários com teor racista contra a deputada federal Erika Hilton (Psol), afirmando que a parlamentar é “preta, do cabelo duro, como todos os pretos são“. As declarações ocorreram durante o programa Na Lata com Antonia Fontenelle“, nesta sexta-feira, 18.

Fontenelle comentava sobre uma votação na qual parlamentares do PT e do Psol foram contra o Projeto de Lei que aumenta a pena para crimes hediondos. Ao analisar os crimes que poderão ter penas reduzidas com a votação — como a condenação por crimes de estupro —, Fontenelle afirmou: “É uma pena que [os estupradores] não vão estuprar vocês [sic]”.

Ao ler a lista de votação, a apresentadora cita o nome da deputada Hilton e dispara os comentários contra a parlamentar, citando o tamanho do nariz e os cabelos da deputada. Fontenelle também afirma que Erika Hilton tornou-se sua inimiga.

Esperar o quê de você, né?! Que tem um nariz desse tamanho, e cabelo de preta, que é o que você é, preta. Parem de querer ser brancos porque vocês não são, parem de querer ser loiros porque vocês não são, porque você também não é, querida. A partir de hoje, por causa desse voto, você, Erika Hilton, é minha inimiga. Você é preta, do cabelo duro, como todos os pretos são, e isso não é demérito, mas você não quer ser uma preta do cabelo duro, você quer ser uma branca loira, só que você não é e nunca vai ser”, disse Antonia Fontenelle.

Além dos comentários com teor racista, Fontenelle também citou a identidade de gênero da parlamentar, que é uma mulher trans. “É uma trans que teve a chance de mostrar que poderia ter caráter, independente de ser uma trans ou qualquer outra coisa, mas você não tem“, afirmou.

A Lei

A Lei 1.112/2023 foi aprovada pela Câmara dos Deputados com 334 votos a favor e 65 contrários, no último sábado, 2. O Projeto de Lei unifica em 80% o tempo mínimo de cumprimento de pena em regime fechado no caso de todos os crimes hediondos, antes de o condenado ter direito a progredir de regime para o semiaberto.

Assim, a partir da lei, o tempo em regime fechado passa de 40% para 80%, inclusive para crimes hediondos dos quais não resultar morte, como posse ou porte de arma de fogo de uso proibido, posse de pornografia de crianças ou adolescentes, ou falsificação de produto medicinal.

O texto também inclui nessa transição alongada os condenados por crime de exercício do comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo, ou por crime de constituição de milícia privada.

Entre os crimes hediondos estão: feminicídio; estupro; sequestro; roubo com uso de arma de fogo; homicídio praticado por grupo de extermínio; homicídio qualificado; lesão corporal dolosa de natureza gravíssima ou seguida de morte, quando praticada contra autoridades e forças de segurança.

Antonia Fontenelle utilizou uma matéria da Revista Oeste como fonte. Na matéria, a revista afirma que “quase todos os deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) e todos do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) votaram contra o Projeto de Lei (PL) que endurece as penas para réus primários de crimes hediondos”.

Até o fechamento deste material, a deputada federal Erika Hilton não se manifestou sobre os ataques.

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