‘Prevenir e reprimir com rigor os delitos ambientais’, diz novo superintendente da PF no AM sobre prioridades da gestão

Eduardo Alexandre Fontes é o novo Superintendente Regional de Polícia Federal no Amazonas. (Arte: Thiago Alencar/ Revista Cenarium)
Ívina Garcia e Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS — Premiado como melhor delegado de polícia do Brasil na categoria jurídica, autor de livros e pesquisador na área do Direito Penal, Direito Processual Penal e Criminologia, o delegado federal Eduardo Alexandre Fontes é o novo superintendente Regional de Polícia Federal (PF) no Amazonas. Ele é o segundo a assumir a regional do órgão no Estado desde quando Alexandre Saraiva foi exonerado após “bater de frente” com o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusando-o de favorecimento a esquemas de extração ilegal de madeira.

Fontes assume o cargo substituindo Leandro Almada, que agora está à frente da Superintendência Regional de Polícia Federal (PF) na Bahia. Ele possui graduação em Direito pela Faculdade Integrada de Itapetininga e é especialista em Segurança Pública com Direitos Humanos pelo Ministério da Justiça. O novo superintendente já foi procurador do Estado de São Paulo e delegado da Polícia Civil no Paraná.

Leia também: Da ‘boiada’ ao maior confisco de madeira na Amazônia: veja o que levou à exoneração de Alexandre Saraiva na PF

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Atualmente, Eduardo Fontes, além de ter experiência na área de Inteligência com foco na segurança pública, também é coach da Ad Verun, coordenador do Instituto Iberoamericano de Estudos Jurídicos (Iberojur Brasil), professor e coordenador de pós-graduação no Complexo de Ensino Renato Saraiva e autor de livros e coordenador de coleção pela Editora Juspodivm.

À CENARIUM, o superintendente da PF no Amazonas falou sobre quais serão as prioridades da nova gestão, sem esquecer do combate aos crimes ambientais praticados na Amazônia.

Veja a entrevista com o novo superintendente da PF:

REVISTA CENARIUM – Quais são seus eixos prioritários nos primeiros passos da gestão da superintendência amazonense?

Eduardo Alexandre Fontes – Sem descuidar da repressão e investigação das demais infrações penais de atribuição investigativa da Polícia Federal, os eixos prioritários da minha gestão à frente da Superintendência da PF no Estado do Amazonas serão o recrudescimento da repressão e do combate ao tráfico ilícito de drogas e ao crime organizado; o combate à lavagem de dinheiro visando à descapitalização das organizações criminosas; a repressão e o combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos; a atuação forte e coordenada para a prevenção e repressão de crimes eleitorais; a proteção do meio ambiente e a repressão dos respectivos delitos; e a repressão e o combate ao tráfico de seres humanos, à exploração sexual infantojuvenil e aos crimes cibernéticos.

Mas é importante lembrar que a Polícia Federal também exerce atividades administrativas relevantes e que continuarão a ser desempenhadas com dedicação por nossos servidores, como o controle migratório, a expedição de passaportes, o controle de armas, a fiscalização de agências bancárias, o controle de precursores químicos, dentre outras.

RV – A questão do meio ambiente dentro da Polícia Federal está estacada desde a gestão do Saraiva. Você irá priorizar o tema em sua gestão?

EAF – Essa, sem dúvida, é uma demanda que merece toda nossa atenção e a Polícia Federal atuará com muita responsabilidade para zelar pela preservação da Amazônia, prevenindo e reprimindo com rigor os delitos ambientais.

RV – No Amazonas, temos alguns pontos específicos em que a Polícia Federal vem atuando, um deles é no tráfico das fronteiras e o crime organizado. Você, que é especialista nessas áreas, acredita que pode trazer alguma mudança para o cenário atual do Estado?

EAF – A situação geográfica do Estado do Amazonas, notadamente em virtude da tríplice fronteira Colômbia, Peru e Venezuela, reclama uma atuação estratégica, planejada e com inteligência policial para neutralizar as incursões do narcotráfico e de grupos criminosos que atuam nos vizinhos amazônicos. Fiquei muito feliz por encontrar na Superintendência da Polícia Federal do Amazonas policiais vocacionados e com a necessária expertise para fazer frente a essa importante e difícil missão.

RV – Outro problema que temos é a corrupção nos Poderes, tivemos grandes operações envolvendo todas as esferas, qual será sua atuação nesse eixo?

EAF – Infelizmente, a corrupção é um câncer que se espraia por todo o mundo e em todas as esferas de poder. É fato que o Brasil teve um enorme avanço no combate à corrupção institucionalizada e a Superintendência da Polícia Federal no Amazonas sempre realizou brilhantes trabalhos nesse eixo e continuará a agir fortemente e de forma integrada com os demais órgãos de segurança pública e de fiscalização para minimizar os efeitos nefastos desse crime para a nossa sociedade.

RV – O Amazonas possui grandes problemas com a segurança infantil, seja de crianças vulneráveis nos interiores e estradas, ou quanto à disseminação de pornografia na internet. A Polícia Federal tem feito um trabalho minucioso em outros Estados a respeito disso. Você pretende bater nesse ponto?

EAF – Com certeza. De fato, esse é um cenário preocupante e o combate à divulgação a material pedopornográfico será uma de nossas prioridades. Na PF já tive oportunidade de trabalhar em diversos casos bem-sucedidos envolvendo pornografia infantojuvenil e as boas práticas investigativas serão aplicadas pelos colegas que estarão à frente desses casos aqui na Superintendência.

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