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Primeira indígena vacinada no Pará tem 105 anos e pertence à etnia Gavião
Indígenas aldeados, como os da terra indígena Mãe Maria estão entre os primeiros imunizados. (Reprodução/Internet)
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19 de janeiro de 2021
Com informações da Agência Pará
BELÉM – Primeiro governador de Estado a entrar em área indígena, autorizado pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) , o governador Helder Barbalho esteve na terra indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, sudeste paraense, no início da tarde desta terça-feira, 19, para acompanhar o início da vacinação contra Covid-19 nos povos tradicionais.
Três grupos indígenas, Gavião Akrãtikatêjê (da Montanha), Gavião Kykatejê e Gavião Parkatêjê, formam os habitantes desse território, que começaram a ser imunizados. Neste primeiro momento, 90 indígenas cadastrados na Funai (Fundação Nacional do Índio) receberam hoje as vacinas encaminhadas pelo Governo do Estado.
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“Nós devemos ter conforto e solidariedade com aqueles que perderam entes queridos na pandemia, e nos perdemos 61 indígenas, mesmo com todos os esforços. Mas agora, com a vacina chegando, renova-se a esperança da proteção à vida de cada comunidade indígena do nosso Estado. Serão vacinados mais de 23 mil índios a partir deste momento e isso significa respeito e cuidado com as pessoas”, disse o governador Helder Batbalho, em visita à terra indígena.
Indígena de 105 anos
Na oportunidade, Rónóre Gavião, de 105 anos, foi a primeira indígena vacinada no Pará contra a Covid-19. Com sabedoria e cultura dos povos tradicionais, a idosa se preparou com a vestimenta da etnia Gaviões para receber a imunização, realizada pelas mãos de sua neta, Haká-Kwi Gavião, técnica de enfermagem da Sesai. “Agradeço pela vacina que trouxe esperança para nós”, disse a idosa na linguagem indígena. Em seguida, Haká também foi imunizada contra a doença.
Na madrugada desta terça-feira, 19, além das 124.460 doses da vacina Coronavac, destinadas ao Pará pelo Ministério da Saúde, o Estado recebeu mais 48.680 doses voltadas somente aos indígenas do Estado. Ao todo, o Pará recebeu 173.240 doses para a imunização contra a Covid-19, neste primeiro momento, para grupos prioritários, entre eles, indígenas aldeados, como os da terra indígena Mãe Maria.
Distribuição
“Com a chegada da vacina, iniciamos a logística de distribuição em todo o Estado. Começamos por Belém onde foram vacinados os profissionais de saúde da linha de frente da Covid-19, vacinamos a primeira indígena, e agora estamos iniciando a vacinação de 23 mil índios, e logo mais imunizaremos os idosos em casas de asilo. Depois de 21 dias, essas pessoas recebem a segunda dose do mesmo lote, garantindo assim a imunização de fato”, detalhou o secretário Rômulo Rodovalho.
Para Ubirajara Sompré, líder indígena e apoiador técnico dos povos indígenas do Governo do Estado, a chegada das vacinas nas aldeias representa esperança para os povos tradicionais, que não ficou imune à pandemia do novo coronavírus.
“A palavra certa é gratidão, primeiramente a Deus, à ciência, à resistência dos povos indígenas, e é claro, ao governador Helder Barbalho, que foi incansável desde o início da pandemia, principalmente com os povos indígenas. O governo atuou desde a abertura de leitos nos hospitais de campanha para os indígenas, em Marabá e Santarém, prestando apoio médico também, enfim, dando todo suporte necessário. Os indígenas aguardam ansiosos por esse momento da vacinação”, destacou o líder indígena, ressaltando que o governo do Estado também já disponibilizou a logística para levar as vacinas às aldeias mais afastadas do Estado.
Terra indígena
A Terra Indígena Mãe Maria, homologada pelo governo federal em 20 de agosto de 1986, é uma área de 62.488 hectares localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, sudeste paraense. Três grupos indígenas – os Gavião Akrãtikatêjê (da Montanha), Gavião Kykatejê e Gavião Parkatêjê- formam o total de 500 habitantes desse território.
Acompanhando a agenda ao lado do governador, o secretário regional do Sudeste do Pará, João Chamon Neto, ressaltou a importância da imunização contra a Covid-19 na região. “É a materialização de um sonho, o fim desse pesadelo de 10 meses, e na nossa região não é diferente. Estivemos acompanhando toda a luta do nosso governador para que esse momento chegasse, nós também fizemos parte dessa luta, e hoje, estamos aqui testemunhando a chegada do primeiro lote para região de Marabá, que vai receber nove mil doses”, disse.
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