Produtora leva aulas gratuitas de teatro a escolas da Zona Leste de Manaus
21 de agosto de 2024

Carol Veras – Da Cenarium*
MANAUS (AM) – A Café Preto Produções Artísticas abriu inscrições para a segunda turma do projeto Teatro de Palmares, iniciativa que oferta um curso gratuito de iniciação teatral, com duração de três meses. As aulas serão ministradas pelo ator, diretor e professor de teatro Paulo Martins. A iniciativa é direcionada à Escola Municipal Professor Agenor Ferreira Lima, localizada no bairro Zumbi dos Palmares, Zona Leste de Manaus.
Os alunos interessados deverão preencher os seguintes pré-requisitos: estar matriculado na escola, frequentar regularmente as aulas; ter entre 14 e 20 anos de idade; e possuir autorização dos responsáveis para a participação. As aulas ocorrem no período de 6 de setembro a 25 de novembro, com frequência de uma vez por semana, no horário de 17h30 às 19h30.
Ao longo dos três meses, os bolsistas aprenderão sobre linguagem teatral, concepção e montagem cênicas. O curso finaliza com uma mostra aberta à comunidade, na qual cada aluno poderá apresentar a cena que criou nos estudos. Os estudantes selecionados para o projeto receberão uma bolsa de ajuda de custo de R$50. As inscrições seguem de 14 a 31 de agosto, exclusivamente por meio de formulário on-line.

O projeto é contemplado pelo edital número 04/2023, da Lei Paulo Gustavo de Povo Negro, e promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas. A lei destina R$ 3,862 bilhões para a execução de ações e projetos culturais em todo o território nacional, e permite o acesso a recursos por meio de editais, chamamentos públicos, prêmios, aquisição de bens e serviços ou outras formas de seleção pública simplificada.
A produtora
A Café Preto é uma produtora cultural fundada por jovens artistas de Manaus, motivados pela ausência de representações negras, indígenas e LGBTQIAPN+ no cenário cultural. Os criadores se unem para fundir experiências e habilidades nas áreas de teatro, dança, performance e gestão artística. O objetivo da organização é promover a arte negra e marginalizada, utilizando suas obras, corpos e experiências como veículos para essa causa.

Os nomes “Café” e “Preto”, traduzem a essência da iniciativa, composta por jovens negros da periferia de Manaus. Conforme a produtora, esse nome simboliza uma afirmação de identidade racial e social. Inspirados pela importância histórica do café para a economia brasileira, que esteve atrelada à exploração dos povos africanos e indígenas, os jovens buscam revisitar e ressignificar essa história. O grão de café presente na logomarca, decorado com padrões africanos, também pode ser interpretado como búzios. Os elementos são fundamentais nas práticas religiosas africanas e ainda enfrentam intolerância religiosa.