Professores ameaçam greve após reajuste do prefeito de Manaus


Por: Lucas Thiago

18 de junho de 2025
Professores ameaçam greve após reajuste do prefeito de Manaus
O prefeito de Manaus, David Almeida, e os professores municipais ao fundo (Fotos: Dhyeizo Lemos/Semcom/Asprom e Sinteam | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Os professores municipais de Manaus se reúnem, na noite desta quarta-feira, 18, em duas assembleias gerais distintas, convocadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) e Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom). No ato, os educadores deliberam sobre uma possível greve dos profissionais da educação na capital amazonense após o anúncio de um reajuste salarial sancionado pelo prefeito David Almeida (Avante).

Os sindicatos que representam a categoria se posicionaram de forma contrária ao Projeto de Lei (PL) 350/2025, aprovado na Câmara Municipal de Manaus (CMM), que estabelece um reajuste de 5,48% no salário da categoria. A medida foi sancionada nessa terça-feira, 17, por Almeida e publicada em edição extra do Diário Oficial de Manaus (DOM).

“Está aprovado. Mais de 32 mil servidores serão beneficiados com esse aumento. Estou sancionando o aumento dos proventos de todos os servidores: estatutários, celetistas, RDAs, todos contemplados. A Câmara Municipal aprovou e agora sanciono para que já seja publicado em edição extra do Diário Oficial”, disse o prefeito.

A assembleia do Sinteam estava prevista para começar às 16h30 de hoje no auditório do sindicato dos petroleiros, na Rua Bernardo Ramos, no bairro Centro. Já a Asprom, convocou os associados para assembleia às 17h, no Centro de Eventos Maanaim, na Av. Noel Nutels, bairro Cidade Nova, Zona Norte. Até a última atualização desta matéria, os atos seguem em andamento.

Professores participaram de sessão que votou reajuste na CMM (Reprodução/Sinteam)

Segundo o indicativo de comando de greve dos sindicatos, o texto do PL não atende a recomposição salarial, que não acompanhou a inflação. Em um comunicado publicado em seu perfil nas redes sociais, a Asprom afirmou que o texto aprovado pelos vereadores da capital amazonense “se manteve sem nenhuma modificação, com cálculos e aprovado com cálculos errados”.

À CENARIUM, a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, afirmou que há três pontos principais de erros na aprovação da proposta na CMM, que aumento o salário dos profissionais da educação. Ela diz que a data-base dos profissionais foi modificada na Casa Legislativa e que a Prefeitura de Manaus colocou o reajuste para 1° de março, o que não consta em lei.

A presidente do Sinteam Ana Cristina Rodrigues (Reprodução/Sinteam)

“Primeiro se troca a data-base dos trabalhadores dentro da CMM com a prefeitura sem consultar a prefeitura. Segundo trocar a data-base atual, sem consultar os trabalhadores. A prefeitura colocou o percentual da data-base dos trabalhadores em educação para primeiro de março, que não consta em lei municipal que os trabalhadores da educação. O que causa uma injustiça inflacionária dentro do bolso do trabalhador“, disse.

No terceiro ponto a sindicalista apontou a falta de transparência da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e da Prefeitura de Manaus. “A falta de transparência de fato é um grande erro da Semed conosco, em relação a aplicação do fundo de manutenção da educação básica, embora seja obrigado a contar no portal da transparência da prefeitura“, disse.

Professores acompanharam votação

Nessa segunda-feira, 16, os professores municipais estavam presentes nas galerias da CMM para tentar impedir a votação da proposta, pedindo a retirada do projeto de pauta até que a Prefeitura de Manaus apresentasse uma contraproposta.

Associados da Asprom também participaram da votação do reajuste na CMM (Reprodução/Asprom)

A mobilização havia conseguido adiar a votação na semana anterior, após um pedido de vistas do vereador Rodrigo Guedes (PP), mas desta vez, os parlamentares que compõe a base aliada do prefeito David Almeida (Avante) garantiram a aprovação.

O coordenador jurídico da Asprom, Lambert Melo, já havia alertado sobre a insatisfação da categoria. “Queremos que esta Câmara tire esse projeto da pauta. Não queremos que ele seja votado enquanto o prefeito David Almeida não se dignar a apresentar uma proposta digna e decente”, declarou.

Os sindicatos afirmam, que a possibilidade de paralisação ganhou força após a aprovação da proposta sem diálogo com as entidades que representam a categoria.

A CENARIUM procurou a Semed para solicitar posicionamento sobre as declarações dos profissionais e movimentação dos sindicatos em reação ao reajuste aprovado na CCM. Até o momento não houve retorno.

Leia mais: Professores estaduais e municipais no Pará iniciam greve
Editado por Jadson Lima

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